segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

GRUPO MASSA = QUEIMA PORCELANA




Usei o meu forno à gás para a queima teste da porcelana, principalmente, e o grês. O ciclo de queima completamos em 4 horas, até 1263 graus centígrados. No final, um patamar de 15 minutos. O resultado foi excelente. Para testar, enfornamos, também, a massa de faiança que tínhamos preparado para 1150 graus centígrados, a qual fundiu totalmente, esparramando-se pela placa, liquefeita. Mas a massa de grês, até aquela feita com argila vermelha, resistiu muito bem, com efeito próprio. A peça da fotografia é a porcelana que para aparecer a translucidez acendi uma vela no lado oposto. Uma das definições da porcelana é sua translucidez em espessuras de até 4 mm. Para queimas com o forno à gás, é necessário controlar o ascenso de temperatura com uma média de 4 a 6 graus centígrados por minuto. Como o registro do gás é controlado manualmente, preciso registrar o que está acontecendo, para garantir que a curva esteja correta, dentro dos padrões estipulados. Vejam no quadro fotografado. Nem sempre a quantidade de gás significa aumento de temperatura. Às vezes temos a falsa a impressão de que é só liberar mais gás que a temperatura subirá. Não é assim! A entrada e a saída de gás devem estar perfeitamente calibradas. Existe uma relação que deve ser exata entre o orifício de entrada de gás, a saída (chaminé), a potência do maçarico e o volume interno do forno. Tudo está interligado. Somente com o registro do que está acontecendo é que conseguiremos controlar o perfeito funcionamento.
Completamos o estudo de massas e foi uma boa prática de fabricação de massas. Espero que tenha sido útil para todos.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

RETORNO/PARQUE DA CIÊNCIA





A segunda etapa do curso é muito intensa. Os participantes estão mais à vontade, há um crescimento individual evidente. Vacilo em não fotografar o último dia, porque tem muito trabalho para não esquecer de toda a traquitana que vou levando para o curso e que não quero esquecer. Pena que as peças serão queimadas mais tarde. Lamento ter esquecido de fotografar a evolução das pessoas. Livros, por exemplo, minhas ferramentas, minhas pequenas coisinhas mas que me fazem muita falta quando as perco, ou esqueço. Preciso tomar tento e fotografar isso. Ficus devendus, já dizia aquêle botânico que tinha esquecido o nome científico de uma planta.
Fabricamos ótimas ferramentas como podem ver, são perfeitas, baratíssimas, já que as de madeira exigem somente canive/estilete e lixas. São quase sempre feitas de imbuia tem a forma que se quiser, pois a necessidade projeta o formato. As de arame são confeccionadas com arame da aço rígido, de vários diâmetros, normalmente três, para ferramentas pequenas, médias e grandes. Para o enrolamento é usado arame galvanizado, que é flexível.
A queima foi perfeita! No dia da queima chuva e sol, casamento de etc, improvisamos uma cobertura que demorávamos 1 minuto para montar ou desmontar. A lenha foi uma mistura de plátano com eucalipto. Esse último sempre a melhor lenha, uma tranquilidade para queimar. Combustão demorada sem brasas, quando está seca. Foram queimadas as peças da primeira parte do curso.
Neste parque da Ciência tive também o prazer de participar de refeições com vegetais colhidos da horta ao lado do ateliê. Comida simples, porém, orgânica, realmente um ganho à parte, pois nem sempre consigo, nessas correrias, encontrar essa qualidade. Preço? Cincão!

MASSAS CERÂMICAS/PORCELANA








O penúltimo encontro do Grupo Massa, como chamamos, foi para preparar e ver os resultados de massa de porcelana. Usei uma das formulações do Maestro Chiti, para queima a 1230 oC, já que é uma temperatura mais acessível para todos, que usam fornos à gás até 1250 graus centígrados. O fundente é a dolomita, cada 5% baixa 50 graus centígrados. A porcelana de ossos tem uma pré-preparação. Precisa ser primeiro calcinada. Comprei pó de osso usado para adubo. Depois calcinei a 1000 graus centígrados em queima lenta. A queima da matéria orgânica deixou as proximidades do forno com cheiro de sebo queimado, uma fumaceira preta esquisita. Foi a primeira vez que fiz essa calcinação. Dá prá desistir desse negócio só para não sentir mais esse cheiro. Mais simples trabalhar com rochas e argilas: ossos de animais transformados em pó, deve ser coisa de inglês, acostumado a tirar a pele do terceiro mundo, depois ainda usar os ossos para produzir porcelana que será usada para servir algum produto fabricado por algum povo explorado, também.... tô fora desse negócio, serviu como experiência. Minha direção é mais na preservaçao ambiental e direito dos animais. Quero me livrar desse carma carnívoro depredatório.
Claro que essa massa de porcelana precisa ser testada. Foi um início, depois de ver os resultados é que poderemos melhorar os percentuais para corrigir. No entanto, foi o ponto de partida.
A bromélia da foto é do gênero Bilbergia, um espetáculo à parte, belissima, dá quase para comemorar a chegada da floração, a cada ano.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

SINGELA HOMENAGEM


Domingo último fui convidado prá uma festa na Chácara da Márcio Ito, em Cacatu-Mun.de Antonina. Encontro comemorativo da colonização japonesa no Paraná. Nesta chácara é que ministrei três cursos de cerâmica pelo Senar, de cerâmica Básica. Foi uma surpresa ver que tinham montado uma banquinha de produtos vários que são fabricados de forma artesanal pelos moradores das cercanias. Dentre os produtos, a cerâmica. Trabalhando de forma independente com o forno construído durante a aulas, foram feitas queimas e a cerâmica resultante estava à venda, por preços módicos. Mas, em cima do balcão, junto às peças, estava sendo distribuído o folheto que fotografei e passo prá vocês. Fiquei contente. Este é o objetivo das aulas de geração de renda, mostrar um caminho a ser trilhado. O aprendizado da cerâmica é longo, As trilhas são várias. O resultado principal está aí. à venda, agora é caminhar sempre, seguir, aperfeiçoando. BOA SORTE PRÁ VOCÊS, MEUS AMIGOS! OBRIGADO!

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

CERÂMICA BÁSICA - PARQUE DA CIÊNCIA





O Parque da Ciência fica em Curitiba. O curso de cerâmica básica está sendo ministrado para professores de arte, quase todos. É diferente dar aula para pessoas que vão sobreviver com o resultado do trabalho que está sendo ensinado.Indiretamente, pois não é com a venda de suas peças que sobrevivem, são professores. Os professores querem aprender tudo, depois transmitir, então querem detalhes, não deixam passar nada em branco. É estimulante esta forma de ensino. A construção do forno, acho que trigésimo quinto ou sexto, preciso verificar nos arquivos, foi rápida, recorde de construção. Às três da tarde já estava praticamente pronto, e, em seguida, caiu um toró danado. O forno ficou seguro com um plástico sobre ele. Mais tarde, para maior proteção, faz-se necessário uma cobertura simples em que a distância entre o teto e a parte superior do forno deve ser de 1,50 m, no mínimo. Na foto a pedra angular do forno de arco romano. Digo, tijolo angular. Ele fecha o arco permitindo o fechamento seguro da construção, depois de pronto pode ser retirada a zimbra, que é a armação para confeccionar o arco perfeitamente. Beleza de resultado, rápido, num dia o forno está pronto. Gosto muito de ver de repente surgir um forno cerâmico como resultado do esforço conjunto.
Também na foto uma prática de confecção de panelas. Todos querem levar uma para casa. Sempre repito que depois da quinta panela, a pessoa fica "cobra".
Sempre confecciono ferramentas, nas minhas aulas. Acho sempre formas novas para uso variado. São ferramentas de arame de aço rígido em três formatos, quadrado, redondo e com ponta, com três grossura de arame, totalizando nove ferramentas. Também de madeira são feitas ferramentas, estas ficam, também, perfeitas. Custo? Quase nada! O uso de bambu permite ferramentas com alta resistência. Faço, também, lâminas de imbuia que são cortadas no formato com estilete ou canivete e depois lixadas. Ficam perfeitas.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

SOBRE FORNOS CERÂMICOS ELÉTRICOS

Precisei meditar um pouco sobre fornos elétricos. Isso porque passei um perrengue com meus dois fornos elétricos. Acontece que tenho dois fornos elétricos velhos sendo que um deles é de qualidade inferior, servindo apenas para queimas até 1050 graus centígrados. Já troquei duas vezes os controladores deste último citado. O último controlador era um Coel que usei durante anos, sempre funcionando perfeitamente. O único problema é que o controlador apenas permitia atingir a temperatura desejada e daí permanecia em patamar até que eu fosse desligar. Era um atraso de vida. Tive um controlador analógico que apenas ia até a temperatura desejada e depois desligava. Tive também um relógio analógico, mostrador, que registrava a temperatura do forno. Todos equipamentos que ficaram inadequados, obsoletos, como resposta para pesquisa em cerâmica. Tenho forno à gás e as queimas com fogo, de redução, sempre me interessaram mais que os elétricos. Mas, as queimas de biscoito sempre gostei de fazer nos fornos elétricos. Todavia, fazer queimas de biscoito sem poder programar as curvas de queimas é problemático, exige acompanhar a queima sem sair de perto, pois precisa-se cuidar com as temperaturas que podem fazer com que as peças estourem. Tem a umidade das peças que sai a 120 graus centígrados, tem a água laminar que sai aos 170 graus centígrados, tem a água química que sai aí pelos quatrocentos graus centígrados, tem a transformação do quartzo alfa em quartzo beta aos quinhentos e setenta e três graus centígrados, tem a decomposição dos carbonatos lá pelos oitocentos e vinte graus centígrados, quase só isso. Ainda no começo da queima tem que ir devagar para que não forme casca, o que faria a peça estourar pela dificuldade da umidade atravessar a peça. São problemas que um bom controlador de forno resolve, com uma curva de funcionamento adequada.
Um forno cerâmico é uma carcaça isolada que permite aprisionar o calor, possui resistências elétricas e um controlador para acionar as resistências. Só isso!
Conclusão, mandei trocar as resistências dos meus dois fornos, gastei quatrocentos pilas. Comprei um controlador digital de última geração com quarenta e picos patamares, com sete programações diferentes que podem ser lincadas, com contatores e quejandos = custou-me mais mil e duzentas merrecas. Coloquei este controlador entre os dois fornos e uso um ou outro com o mesmo controlador, também posso usar ao mesmo tempo (mas preciso adaptar mais um mecanismo para isso, mais duzentos). Ou seja, por mil e seiscentos fiquei com meus dois fornos, um de baixa e outro de alta, até 1250, funcionando perfeitamente.
O que é preciso para isso???????
1o.= conhecer um eletricista honesto que faça o enrolamento das resistências.
2o = conhecer um técnico em eletrônica honesto para que monte o painel com o controlador.
3o = conhecer um programador dos controladores honesto que te explique como programar o equipamento, que é moleza!
Depois , nada mais! Simples, somente é preciso conhecer os profissionais honestos e a gente pode recuperar qualquer forno, baratinho, sem precisar gastar mais em equipamentos novos.
Bem, encontrei estes profissionais e estou satisfeito!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

GRUPO MASSA - 4o.ENCONTRO





Completamos dois meses de atividades. O objetivo foi modificar um pouco a massa de grês e adicionar uma carga decorativa Esta carga pode ser visual ou táctil, pois é o corpo da peça a ser confeccionada.Este encontro estava fora do programa que previa confecção de massa com adição de carga para as calendas do próximo ano. Todavia, foi sugerido pelos alunos e fui em frente. Costumo usar de 10 a 15% de carga na massa . Com 20 % a carga começa a tomar conta de quase toda a massa. Usa-se, às vezes, até 30% de chamote para peças que vão ao fogo, para dar resistência ao choque térmico.É comum. Acho um efeito interessante adicionar carga até que a massa rache, isso já é um efeito. Eu mesmo estou sempre à busca do rústico, quase fugindo do bem feitinho.Não que eu não goste do bem feitinho, mas minha procura, neste momento é por massas imitando rochas vulcânicas e vidrados de rochas e cinzas,solo, pedra, mais argilas de colorações diversas.
Bem, durante nosso encontro caiu um toró considerável, com algumas goteiras promovidas pelas folhas que caem constantemente sobre o telhado, porque meu ateliê está cercado de plantas. Trabalhar com chuva acho agradável, dá uma sensação de conforto estar protegido, acho que Hesíodo já disse isso há dois mil e oitocentos anos.....mas sobre olhar um barco no meio da tempestadade e estar protegido, imagem humana própria, talvez própria da vida animal....estar ao abrigo das intempéries.
O melhor trabalho que vi sobre adição de cargas na massa foi o apresentado pela Delma Godoy há uns 8, 10 anos no Congresso de Cerâmica de Curitiba. Com corpos de prova, teste de resistência, tabelas, quadros, etc. Era um trabalho sistemático. Somente quem faz experiências ou segue um curso regular para poder organizar-se dessa forma. Era trabalho desenvolvido no Rio de Janeiro. Todavia, é o melhor para pesquisar e procurar a expressão própria. Ir atrás de todos os materias disponíveis, experimentando, anotando os resultados.
Normalmente as cargas usadas são a vermiculita, serragem, grãos de arroz (vindo do uso na porcelana), rochas diversas (malaquita, pirita, mica, xistos, etc), limalhas (ferro, alumínio, cobre, latão), tipos diferentes de argilas pré-queimadas, chamotes grosso, fino, médio de vários materiais, etc.
Nas fotos as massas aparecem já embaladas, 5 kgs per capita e uma foto de massa recem marombada, quando foi misturado o material seco com o úmido. Somente depois de 3 passadas na maromba a massa fica pronta. Trata-se, evidentemente de massa preparada no mesmo dia com material in natura e alguns processados, malha 200.

domingo, 23 de outubro de 2011

CACATU-ANTONINA-CERÂMICA-Retorno







Voltei a Cacatu para completar o meu curso de 8 dias. Nesta nova etapa, mais quatro dias. Armei uma compra de uma massa cerâmica de olaria de Curitiba, para simplificar um pouco o trabalho de amassado e ter mais tempo para práticas das técnicas e treino de aperfeiçoamento. Todavia, as massas que já tínhamos trabalhado ainda continuaram a serem feitas. Um dos participantes costuma bater a massa líquida com uma furadeira adaptada a um agitador , peneira e depois seca em placa de gesso. A massa fica bem fina e se quiser, depois, adicionar algum componente a mais, como chamote, por exemplo, fica fácil.
O preço da massa de olaria, que em sua origem é usada para tornear vasos até de 80 cm de altura, ou mais, inclusive, custou R$ 0,35 o quilo. Portanto, baratíssima para uma massa preparada. Essa massa veio da Cerâmica Kaminski de Curitiba, contorno Sul.
Um dos produtos mais vendáveis são as panelas. POr isso, sempre há um enfoque nisso. O Aumento de compradores de panelas é notório, principalmente depois que as panelas de alumínio entraram em baixa devido ao fato propagandeado do alumínio ser prejudicial à saúde. As panelas devem ser muito caprichadas para conseguir-se um preço razoável. Como são feitas à mão, é preciso desenvolver uma técnica para que a panela seja lisa tanto por fora como por dentro. Para isso, duas técnicas são usadas. A de rolinhos ou cordelado e a de modelado direta. Nas duas o acabamento por dentro é feito com um pratinho de plástico e por fora um cartão de crédito. Por dentro consegue-se uma superfície perfeita com o pratinho de plástico. Para que a panela resista ao choque térmico, adiciona-se à massa uns 20% de chamote de tijolo, ou seja, moem-se alguns tijolos, peneira-se em peneira de cozinha, mais ou menos malha 20 e mistura-se à massa. Um pouco de areia não muito fina, uns 10%, também colabora na resistência ao choque térmico. No Cacatu ocorre a pedra talco, ou pedra sabão, que se pode adicionar mais uns 10%. A pedra sabão é raspada e depois peneirada. Como a dureza da pedra sabão é número 1, na escala de Mohs (que define a dureza das rochas) é mole moer a pedra ou raspar.
Para esculturas artesanais sempre é bom misturar o chamote para facilitar a secagem e não racharem as peças durante as queimas.
A foto da Serra do Mar, na manhã de despedida do curso, mostra toda a cadeia de montanhas, com o Pico Paraná, Ibitiriti, Ferraria, Itapiroca, Ciririca, Agudo da Cotia, locais onde outrora andei subindo para contemplar a paisagem e pelo prazer de subir uma montanha. Escutar o canto de uma araponga ecoando pelas ravinas ou admirar uma Sofronites coccinea, orquídea de flor vermelha, são fatos inesquecíveis. Em primeiro plano da foto a casa da Márcia Ito e na outra foto o José, seu marido, semeando, ato ancestral bucólico e que poucos ainda podem vivenciar.
No último dia do curso trouxe todos para o meu ateliê em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, para conhecerem o meu ateliê e fazermos uma queima de raku, para ampliar o conhecimento de todos. O resultado é um dia cheio, com troca de plantas, porque a chácara onde vivo é sempre verde e tem muitas plantas que fui ganhando, comprando e multiplicando, prontas para serem doadas ou trocadas. Dou muitas plantas e ganho outras tantas, a troca é essencial, ninguém é dono de nada, ampliar o plantel genético para assegurar a variedade é muito interessante neste nosso mundo de transgênico e de frutas e flores padronizadas e em número reduzido.

sábado, 22 de outubro de 2011

GRUPO MASSA - GRÊS




Terceiro encontro, agora uma massa para alta temperatura, grês. Começou a criar uma camaradagem diferente. A terminologia para a confecção de massas começa a tornar-se familiar. Feldspatos, sílica, talco, caulim, argilas plásticas de queima branca, bentonita. Repetitio ad infinitum. Assim, depois de anotar algumas formulações de literatura, comparando com os materiais que temos disponíveis, começa a crítica sobre a massa produzida na aula anterior. Na aula anterior usamos um talco um pouco granulado e ele apareceu na massa na hora de modelar. Alguns dos participantes acharam que seria melhor que não tivesse essa pontuação branca, mas depois da queima, que deixou a massa totalmente branca, sumiu.
Sempre fico tentando encontrar uma fórmula de compreensão de composição de massas. Qual o ponto de partida?
Primeiro é preciso decidir que massa que se necessita ou que se quer. As massas podem ser classificadas como de baixa , média ou alta temperatura. As massas de baixa temperatura são as de queima vermelha, terracota. Nestas massas se quisermos queimar à temperatura mais alta do que mil ou mil e cem graus, a massa começa a fundir e perde o sentido ou objetivo da composição da massa. Qual o corpo desse massa? A argila vermelha plástica misturada com outra não plástica. O principal componente é a argila plástica que se usa na proporção de 70%, como ponto de partida. Qualquer massa terá que ser testada para comprovar sua qualidade. Isso é suficiente para termos uma massa de terracota. Depois disso, poderão entrar outras considerações, como, por exemplo:
a) - esta massa será usada para modelar peças de uso decorativo?
b) - preciso da massa para resistir ao choque térmico ( raku e panelas ou formas que vão ao fogo)?
c) - quero adicionar uma carga que dê efeito visual na massa?
d) - carga de efeito táctil?
e) - quero a coloração mais vermelha, menos, rosada, ou outro tom, pela ampla gama de colorações das argilas existentes?
f) - etc.
As massas vermelhas são as massas dos tijolos, telhas, manilhas, da cerâmica popular, das panelas artesanais. Respondendo às perguntas acima a massa pode ser composta tranquilamente.
Quanto ao encontro para produção de grês, já é necessário trabalhar-se com materiais de qualidade melhor, no sentido de resistir à temperatura de queima. Todavia, as perguntas a serem feitas para compor a massa quase que são as mesmas, pois quando escolhemos um grês como massa, já estamos definindo a temperatura de queima.
Falta colocar as fotos dos resultados, o que será feito oportunamente.
Coloquei a foto da perereca sobre um fundo de terracota. É um tijolo fabricado aqui próximo ao meu ateliê. A rã, coitada, pulou no tijolo e como tem as patas úmidas o tijolo seco agarrou-a pela absorção que tem. A rã ficou presa totalmente. Quando cheguei já era tarde. Isso acontece frequentemente. É o pior teste de absorção de cerâmica que conheço.

domingo, 9 de outubro de 2011

CACATU-ANTONINA-CERÂMICA-1a.etapa








Por duas vezes fui ministrar curso de cerâmica básica em Cacatu, no município de Antonina. Cacatu fica no pé da Serra do Mar, quase embaixo do Pico Paraná. O Macico de 1960 metros de altura fica próximo e dá para visualizar muito bem o ponto culminante de altitude do sul do Brasil. Este curso acontece na propriedade da Marcia Ito, descendente da primeira leva de japoneses aqui para o sul do Brasil. É uma propriedade com vários alqueires de área onde são cultivadast frutas e hortaliças que são vendidos no próprio local e, também, no Ceasa de Curitiba. Marcia congrega seus vizinhos e alguns interessados mais distantes para este curso, com muito carisma e liderança.
O grupo melhorou muito em termos cerâmicos. Agora, com torno de pedal (recentemente adquirido) daqueles construídos pelos oleiros de São José, Santa Catarina. começa a despontar mais uma possibilidade de trabalho. O torno de pedal, no estilo de Açores, tradição em Santa Catarina, é um pouco mão-de-obra ( pé-de-obra), mas muitos profissionais dele se utilizam com muita rapidez, nada devendo aos elétricos. Claro, estamos acostumados à moleza de um torno elétrico. A Shoko Suzuki de Sampa ainda usa o torno de mão, japonês, e seus resultados são bem conhecidos e nem pensa em comprar um elétrico, ou melhor, nem lhe passa pela cabeça, acredito que até deve achar ridícula essa possibilidade. Aliás, o Shoji Hamada sempre usou este tipo de torno. Aquele que tem um prato com 4 furos onde é encaixado um toquinho que é acionado pelas mãos, para dar o giro.
Bem, acontece que estamos vivendo num mundo onde a produção é essencial, para conseguirmos vender bastante, faturar bastante e... etc. Claro que a vida, a VIDA mesmo, não é nada disso, mas fingimos que o mundo deve continuar assim mesmo e vamos empurrando ( levando , nunca, já dizia o Moreira da Silva, no samba de breque da vida).
Agora, neste novo curso em Cacatu o enfoque é o acabamento, o aperfeiçoamento. Nisto é que estou trabalhando, Assim, com cada participante vou vendo a sua identidade e tentanto aperfeiçoá-lo, mostrar um caminho no sentido do melhoramento. Levo livros, muitos livros, inclusive arqueológicos, já que estou nessa fase arqueológica, mostro, deixo à mostra. Não paro de comprar livros e vejo cada vez mais livros para comprar. Haja cacau para chegar na biblioteca básica necessária para quem se interessa ( 5.000 livros, eu acho). Estão melhorando, alguns sobressaem-se, como é normal, mas todos progrediram bastante. O torno é uma atividade que exige muito trabalho. Aprender a centrar o barro toma muito tempo depois ainda caprichar no acabamento. O design das peças é algo muito individual, treinar o olhar para ver , apreciar uma linha, encontrar-se numa curva (epa!), encantar-se com o resultado. Treinar o desapego é muito interessante e difícil. É preciso jogar fora o que não está dentro dos conformes....
Vender! Encontrar um espaço de venda. Isso é muito difícil. Aqui vive-se próximo ao mercado, mas falta uma força do poder público para viabilizar, Antonina, uma cidadezinha linda, à beira mar, tem turismo suficiente para absorver uma força de produção, mas ainda não tem espaço condizente. Morretes, que não tem mar, fica próximo e à beira rio (Nhundiaquara) recebe quase todos os turistas de Curitiba e fatura o máximo e nem consegue suprir a demanda. Essa turma de Cacatu poderia ir lá vender! É possível? Não sei, merece estudo!
O que de melhor encontro de retorno nos meus cursos é o empenho, a dedicação, a motivação, a vontade sempre presente de todos para melhorar, produzir, apresentar resultados. Justifica o meu trabalho.
Na propriedade da Márcia passa o Rio Cacatu, de águas transparentes, delícia de banho.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

MAYY KOFFLER- Paleteado




Disparei prá Sampa onde fui fazer um curso de Paleteado com Mayy Koffler. É um curso em 3 etapas, no Ateliê Sílicas, promovido pela Sirlene e pela Nadia Saad. Foi no sábado, dia 01 de outubro.
A técnica de Paleteado que está sendo ensinada pela Mayy é de origem peruana, do norte do Peru. É uma técnica indígena que está caindo no esquecimento. Graças a poucas pessoas, dentre elas a Mayy, essa técnica ainda sobrevive. A vantagem principal desta técnica, além do resgate cultural, de grande valor, é o resultado. Ela permite confeccionar paredes finíssimas e ainda quase impermeáveis. Como trabalha com uma pedra arredondada dentro da peça e uma paleta sendo batida contra ela, tendo a argila entre as duas, a massa vai esticando até que a espessura da parede fique mínima. Nesta primeira parte do curso o enfoque era preparar uma pelota em forma de cone, depois, com a mão, ir abrindo espaço na parte da base do cone até que se possa colocar a pedra, internamente e bater com a paleta na parte externa. Tem a maneira própria de ir batendo com a paleta e contrapondo com a pedra para que a massa vá se esticando corretamente e dar o formato alisado. Os encontros continuam no dia 8 e 29 deste mês.
As técnicas arqueológicas indígenas americanas são o cordelado, ou técnica dos rolinhos, o paleteado e a modelagem direta. Não se conheceu o torno nas américas. Toda a produção da nossa cerâmica arqueológica foi executada usando estas técnicas, o que sempre deu uma qualidade diferente ao resultado.
É bastante enriquecedor fazer algum curso com pessoas que se dedicam à cerâmica, que tem uma mensagem técnica e estética a transmitir. A troca de informações e a humildade para aprender algo novo joga dentro da gente mais uma parcela de conhecimento e emoção. Neste sentido, São Paulo realmente é o local certo. Ali tudo acontece. Alí gira o dinheiro que permite o trânsito de pessoas. Quem vive noutros estados tem pouco acesso à cultura e somente com um movimento gigantesco individual de tempo e investimento financeiro é possível acompanhar o que está acontecendo no Brasil e aprender o que tem disponível.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

CURSO VIDRADOS/FLAVIA VANDERLINDE



A Flavia Vanderlinde do Senai de Sampa esteve aqui em Curitiba no final de semana dando um curso de vidrados. No sábado estava com a turma do Grupo Massa no meu ateliê para mais um estudo e não pude participar. Todavia, no domingo cedinho eu lá estava esperando pela Mestra.
O curso aconteceu no Ateliê Recanto do Barro da ceramista Risolete Bendlin. Estava lotado de participantes.
A Flavia com seu jeitinho alegre e competência que desconhecemos outra maior deu o recado de forma clara e direta. Estudar os vidrados é uma arte à parte e poucos ceramistas aventuram-se a entender mesmo o que se passa na composição deles. O enfoque da Flavia nos vidrados, além das associações de colorações e técnicas de preparo de soluções é a rede cristalina de sílica e alumínio. Esta rede precisa estar bem reforçada para que o vidrado seja de boa qualidade. Entender o que se passaé o caminho que deve ser trilhado pelo ceramista.
A Flávia sabe tudo e quem tem a possibilidade de aprender mesmo com ela, principalmente aqueles que moram em São Paulo dão um up grade no seu conhecimento de forma concreta.
Além de tudo a Flavia é uma figura alegre, despretenciosa que leva no bom humor tudo o que aconrtece durante o curso. Já estive noutros cursos dela e aprendo o todo o tempo em que ela vai transmitindo seu conhecimento.
A foto é de uma ruína da cidade de Paranaguá, parece uma pintura.

sábado, 24 de setembro de 2011

MASSAS CERÂMICAS/MAJÓLICA/FAIANÇA





Segundo encontro do Grupo Massa, para produção de massas cerâmicas. Começamos com um massa de baixa temperatura, usando argila vermelha e produzimos uma massa para resistir ao choque térmico e para modelado. Depois de pronta, um teste registrou 8 por cento de retração na secagem e, depois da queima a 800 graus, mais 3 por cento. Retração total de secagem mais queima de biscoito = 11 %. Tá bom, viável. Próxima etapa passar um vidrado e verificar novamente a retração a 980 oC. Uma massa para uso comum, como estamos produzindo não deve ultrapassar os 13, 15 % de retração. Senão fica inviável e precisaríamos estudar os componentes utilizados para mudá-los e assim diminuir o percentual de retração.
Na massa produzida neste novo encontro, a proposta é uma massa para queima a 1150oC, aproximadamente. Os componentes começam a mudar. Para dar uma boa fusibilidade numa massa de baixa temperatura podemos usar o carbonato de cálcio, até 13, 15%, mas para temperatura média, 1150 oC, o teor de carbonato de cálcio deve ser menor. Agora começa a entrar na massa o feldspato, que é o fundente de alta temperatura, por excelência. Para resistir às temperaturas mais altas, as argilas vermelhas, com teor de ferro em torno de 7, 8 % começam a ser evitadas. Bernard Leach usava nas suas massas de grês uma argila comum que tirava próximo ao seu ateliê. Também gosto de usar argila vermelha nas massas de grês, até 10, 15%., às vezes 20%. O tom escurecido obtido, devido ao óxido de férrico que dá a coloração vermelha à argila, parece-me de uma tonalidade agradável. Todavia, nesta massa de hoje o que interessava era uma massa branca. Então, neca de argila vermelha! Usamos uma argila vendida por mineradoras da região metropolitana. Uma argila plástica de boa granulometria, foi suficiente. Para melhorar a plasticidade da massa usamos, também, 3% de bentonita. Esta bentonita é encontrada e vendida a uns 5 km da minha casa. Aliás, a uns 200 metros da minha casa tem um barranco de bentonita. Por aqui chamam de argila coloidal. Para complementar, caulim e sericita. Esta sericita é uma rocha de sílica e alumínio, vendido por uma mineradora também aqui da região metropolitana de Curitiba. Para finalizar, um pouco de talco, para dar resistência ao choque térmico. Diminuimos a concentração de carbonato de cálcio para 5%. Chega deste produto, a partir daqui, subindo a temperatura da massa, não usaremos mais o carbonato de cálcio, pois não é recomendável. Depois disso, é começar a preparar a massa.
Interessante desses encontros é que a massa deve ser produzida no próprio dia. A argila compro a granel, portanto vem em pedaços. Isso causa algum problema para preparar a massa. Por isso, como técnica é o seguinte: pegamos a argila em pedaços e quebramos em pedaços menores e mergulhamos na água. Deixamos descansando no horário do almoço. Como já sabemos a quantidade de água que vamos usar, em torno de 30 %, já colocamos uma parte dela no galão com a argila. Os demais componentes da massa estão prontos em pó, normalmente em malha 200. Somente o talco que comprei numa malha mais grossa, pois achei interessante e também pelo teor de magnésio alto. Depois disso, misturo os componentes em pó com a argila que já está amolecida e passo numa maromba extrusora (amassadeira). Resultado? Excelente, argila pronta para ser levada para casa e ser testada novamente e ver os resultados. Claro que talvez precise de um acerto. Mas a composição está sendo feita usando minha prática no preparo de massas e, também, baseando-me na literatura existente. Para isso, fiz comparaçõs b ibliográficas do Maestro Chiti, Claude Vittel e observações de outros ceramistas. Apenas o maestro Chjiti é que se preocupa com a produção de massa para uso artístico/artesanal. Ainda tem que se considerar que as argilas, feldspatos, caulins, são diferentes de lugar para lugar. As análises das matérias primas são precárias, mas é possível levar em consideração a formulação teórica, com isso chegamos bem próximo à composição real.
Nestes encontros de produção de massa rola uma energia possitiva de aprendizado que é muito interessante. Uma troca entre as pessoas. Fazemos um almoço comunitário e fica bem variado pois cabeças diferentes com diferentes linhas de alimentação encontram-se e oferecem o que fazem e gostam.
Ah, sobre o teste de retração e perda de peso, é simples e fazemos da forma tradicional, cujo resultado ajuda a compreender o material com o qual estamos trabalhando.Cortamos uma placa de 8 mm de espessura, 3 cm de largura e 12 cm de comprimento. Marcamos uma linha de 10 cm e pesamos. Depois de seca, medimos a retração e o novo peso.Depois de biscoitada, idem, assim como depois de ter sido queimada novamente na temperatura em que será vitrificado a peça feita com o resto da massa.
Nas fotos, aqui no meu espaço o Grupo Massa, como chamamos, faltando ainda mais 3 participantes. A foto do fogo que achei interessante a figura e a foto das garças que deixo prá vocês sentirem a onda...

domingo, 4 de setembro de 2011

ESTUDO DIRECIONADO/MASSAS CERÂMICAS





Começou o Estudo Direcionado de Massas Cerâmicas aqui no meu ateliê. É quinzenal.
Este curso vai até dezembro, pretende produzir as seguintes massas: massa de baixa temperatura para esculturas, raku e utilitários que vão ao fogo; massa branca de alta temperatura; massa para queima direta do biscoito em fogo de chão e grês.
Neste sábado produzimos uma massa de baixa temperatura padrão. Ela pode servir para várias finalidades. Com uma massa padrão de baixa temperatura, pode-se transformá-la em massa para Raku, para panelas e para peças decorativas.
Numa composição de massas, temos que encontrar um resultado de boa trabalhabilidade. Isso é o essencial. Nessa composição, do primeiro encontro, a massa padrão era de queima vermelha. Ou seja, uma massa de terracota. Nessa massa, pode ser usada argila de barranco, foi o que fizemos, ao adicionarmos o antiplástico. Aqui próximo ao meu ateiê tem muitas argilas que podem ser usadas em massas desse tipo. Como já tinha em estoque uma boa quantidade, produzimos duas massas que foram desenvolvidas e terminadas durante o dia. Ao final do expediente todos os participantes levaram para suas casas 3 kgs de cada tipo de massa. O importante desse encontro é mostrar como se compõe uma massa. Como, a partir dos componentes que temos em mãos , misturamos e obtemos uma massa, em pouco tempo. Essa massa será usada e testada para ver, primeiramente, se é gostosa de trabalhar, sua trabalhabilidade, seu comportamento na secagem, e, depois, na queima. Posteriormente, quando for colocada uma camada de vidrado, seu teste será completo. Sempre devemos pensar que camada de vidrado em baixa temperatura é capa, o vidrado não incorpora na massa, ao contrário da alta temperatura onde vidrado e massa são uma coisa só.Eles integram-se, interpenetram-se e o resultado da alta temperatura tem essa unidade, consistência, tão admirada.
NO estudo de massas temos que ter a noção de quais os materiais que podemos adicionar, sua composição química, para o que servem, qual é a função de cada um numa massa. É por aí que começo. Tenho mais de 100 livros de cerâmica em casa, mas, apesar dessa literatura toda, poucos são os livros que entram no detalhamento de composição de massa. É claro que ter apenas os livros não significa nada, a não ser tê-los e aproveitando o nosso Poetinha, mas se não tê-los, como sabê-los?..Todos partem de uma visão muito superficial das massas. O enfoque é mais de técnicas de modelado, forma, poética e decoração. O Maestro Chiti vai fundo nisso e sugere e dá composições de massas de todos os tipos. Todavia, suas massas são para argilas e rochas argentinas, mas que podem ser transferidas para as nossas, brasileiras. É preciso saber onde encontrar essas matérias primas, senão ficaremos cativos de massas prontas, que não deixa de ser uma solução, mas, para mim, é parcial no entendimento que pretendo com a cerâmica. Mas esse é o meu caso, o meu interesse, gosto de usar o que tenho ao meu redor, o que é, prá que serve. Vejo uma brincadeira agradabilíssima nisso tudo. Em Cunha-SP todo mundo faz sua massa, não se pode pensar em outra coisa. As cerâmicas, fábricas de loucas, olarias, as fabriquetas, em geral, todos fazem suas massas. Apenas na cerâmica artística acontece essa dependência de massa pronta. Todavia, esta, pode ser adquirida de boníssima qualidade, até importada como a do Canadá, porcelana canadense, etc.
Estamos em Curitiba, onde, na Região Metropolitana e cercanias encontram-se praticamente todas as matéricas primas para composição de massas: argilas vermelhas, brancas, caulim, talco, feldspatos (Na, K), sericita (minério de sílica), filitos, encontra-se facilmente chamotes de telhas, refratários, etc. Assim, sabendo o caminho das pedras, fica mais fácil. Um dos objetivos desse curso de composição de massas é justamente esse, ir nas mineradoras, comprar as matérias primas, mais baratas e acessíveis em termos de distância.
Enquanto isso, vou modelando e torneando vasos com influência arqueológica. Procurando o rústico, o simples, mudando as curvas dos vasos, as cinturas, as bocas, estou fazendo, fazendo, ate gostaria de vender mais, mas sei que, à medida em que forem ficando mais interessantes, aparecerão mais interessados....