sábado, 31 de janeiro de 2015

ROCHAS, MINÉRIOS E MINERAIS CERÂMICOS = 1 = MALAQUITA



Malaquita-minério de cobre


A quantidade de matéria-prima disponível ao ceramista, gratuitamente, na natureza, é uma dádiva.
Venho de estar usando, há muito tempo, tudo que encontro, em meus passeios, e que possa servir ao meu propósito cerâmico. Não ando tropeçando em rochas diferenciadas o tempo todo, mas estou atento e ao me deparar, em alguma situação, com o que me interessa, dou um jeito correto de conseguir.

Esta pedra, mineral, é um minério de Malaquita, um carbonato de cobre, de cor típica azul aturquezada.

Com essa pedra consigo fazer, tanto no raku, quanto em alta temperatura o vermelho de cobre. Esta coloração é sempre procurada porque, no Raku, por exemplo, o vermelho conseguido com a redução do cobre, óxido de cobre ou carbonato de cobre, em cobre metálico, é um dos resultados mais fantásticos e, dependendo da composição do esmalte (vidrado), muda o tom do vermelho. Juntamente com o ferro, na alta temperatura, os resultados são clássicos. O sangue de Boi, O Celadon e o Tenmoku.

Raku -c/ Malaquita









Esta figura, usando no vidrado minério de cobre e um pouco de minério de ferro possui várias tonalidades. Desde o verde, o amarelo, o vermelho e, também, o preto. Este  não é do esfumato da serragem, próprio do Raku, mas devido ao alto teor de ferro, com o cobre.  (música de fundo, Chico Buarque: ... então eu vendo o realejo, quem vai levar?...)








Sangue de Boi-1270 oC







Este vaso tem  praticamente a mesma composição do vidrado anterior, só que de alta, de redução, feito com o minério de cobre, malaquita O resultado é  conhecido como Sangue de Boi.
A redução de alta temperatura, desta peça, em forno à gás, não é tão fácil quanto à do  raku, compensa pelo resultado é solidez da alta temperatura.










Xaxim , desenrolando a folha.






terça-feira, 6 de janeiro de 2015

CURSOS DE CERÂMICA BÁSICA no PARANÁ


Turma de Cacatu, Antonina!

Durante 5 anos ministrei cursos de cerâmica Básica, para a área Rural, principalmente na Região Metropolitana do Paraná, seguindo a apostila do Senar que eu escrevi. Treinei instrutores para repicarem o curso em todo o Estado. Esta apostila é entregue a cada participante do curso,  tudo patrocinado pelo Senar. Os instrutores atuaram em todo o Estado do Paraná.

No ano passado, encontrei-me novamente com os instrutores para uma reciclagem e troca de informações sobre o que aconteceu durante os cursos, os problemas, acertos, o agradecimento pela oportunidade de dar o curso e o agradecimento das pessoas que fizeram o curso e aproveitaram para as suas vidas. Também por tratar-se de um curso que teve a oportunidade de ser seguido conforme a apostila, foi muito interessante, não é apenas um pequeno livro de Cerâmica Básica, ele também é um manual foi seguido à risca, implantado e os resultados colhidos, erros corrigidos, etc.


Foram construídos mais de 100 fornos destes que aparecem nas fotos, em todo o Paraná. É um modelo que bolei baseado na minha experiência, livros, principalmente usando o forno e corrigindo o que não estava certo. Todavia, desde o princípio, o modelo funcionou. O esquema de suporte das peças, internamente sofreu melhorias, inclusive com as opiniões dos instrutores, que foram aperfeiçoando o modelo. Neste encontro de reciclagem, deixamos o assunto em dia e fiquei feliz com os instrutores que estão levando o curso adiante.
São  cursos de 64 horas, 8 dias. Não dá prá ensinar a pescar somente, é preciso ajudar a vender o peixe. Talentos? Está cheio de pessoas com muito talento, sem oportunidades, lutando pela sua sobrevivência financeira.  É necessário uma continuidade, não dá para abandonar uma comunidade após um curso, ou dois, ou três. É preciso mais, persistir  dando apoio, até que as pessoas peguem o embalo, a velocidade.
As experiências do Parque da Serra da Capivara e do Ñadeva de Fó do Iguaçu, acredito serem modelo para muitas comunidades. O primeiro aproveitando o rico patrimônio arqueológico rupestre e usando-o  na decoração da cerâmica e o segundo, na tríplice fronteira, contou com o apoio da Itaipu. Todos os dois foram apoiados e, principalmente, contaram com a ajuda deles próprios, lutando com garra e acreditando neles mesmos.
Foi uma rica experiência que vivi indo nessas comunidades, com as pessoas, procurando "barro"para fazer uma massa cerâmica, o carinho que recebi, o quanto aprendi ensinando, e, também, vivendo a realidade local.
Ainda  acredito que é possível uma sociedade melhor, com a partilha humana dos recursos do planeta e respeito por todos.
 Tem muitas cidades do Paraná com potencial para transformarem-se em centros de desenvolvimento de arte cerâmica. Tibagi, por exemplo, com sua rica história, como o Caminho do Peabiru, Arqueologia indígena (são encontradas grandes quantidades de artefatos indígenas), tropeiros, pinturas rupestres, o cânion do Guartelá, sua beleza cênica, tudo isso é mote suficiente. Antonina, Guaraqueçaba,....