sexta-feira, 27 de março de 2009

FORNO CATENÁRIO





Foram quatro dias de construção do forno catenário. Definição do local, preparo do chão, limpeza dos tijolos (comprei usados e parte deles foi necessário dar uma limpada), confecção da zimbra, preparo das massas, etc. Foi demorado, tudo teve que ser decidido. O Joaquim Parreira Pimentão, ceramista português que comandou a construção definia os parâmetros a serem seguidos e a equipe mandava bala. Foi um pouco cansativo "descascar"tijolos com facão, enxada ou machadinha, quero dizer, limpar os tijolos usados que ainda tinham massa grudada. Mas, aos poucos, a obra foi saindo. Usei tijolos de alta alumina. Parte deles, continham até 65% de alumina, mas a maioria com 47% de alumina, aproximadamente. Com esse material, a maioria usado, tenho condições de subir a temperatura do forno para 1300 graus centígrados tranquilamente.
O forno catenário tem aquela curva belíssima. O aspecto do forno tem um charme especial e achei um encaixe perfeito no terreno do meu ateliê. Usei para a construção do arco somente tijolos novos que tinham sido queimados a 1400 graus centígrados, alguns pareciam até vitrificados. Comprei um cimento refratário especial para esta parte da construção. Para o rejunte das demais partes do forno preparei uma massa com as argilas e caulins aluminosos aqui da região de Curitiba. O chamote também é o refratário comprado da cidade da Lapa aqui do Paraná. Para a parte externa adicionei 30% de serragem para melhorar o isolamento do forno.
Foi uma construção um pouco vagarosa, mas foi indo, indo. Alguns dias uma leve garoa caía e improvisei uma cobertura que ficará até que forno esteja completo, quando, então, providenciarei uma construção que servirá também para proteger as lenhas.
Assim que o forno estiver bem seco farei uma nova vivência, juntamente com o Joaquim que tem experiência bastante grande em vidrados de Sal e inauguraremos o forno. Bem este forno estou construindo com o objetivo de fazer queimas com vidrados a Sal. Esta vivência que pretendo fazer será aberta aos interessados que ganharão uma peça ou a levarão já pronta e faremos a queima.
Preparamos, também, no final da Vivência de Construção do forno alguns quilos de massa para cada um dos participantes. Usei uma argila plástica, outra mais plástica ainda, aqui da Região Metropolitana de Curitiba, com alta alumina, adicionei 5% da argila vermelha plástica que uso sempre em minhas massas, para dar um tom mais escuro, mais um chamote grosso para o aspecto rustico, um pouco de areia, caulim aluminoso e um pouco também de filito avermelhado. Esta massa, para alta temperatura, será testada com o vidrado de sal.

quarta-feira, 25 de março de 2009

CURSO CERÂMICA BÁSICA EM TIBAGI-PR







Neste mês de março completei um curso de Cerâmica Básica na cidade de Tibagi, aqui no Paraná. Este curso foi patrocinado pelo Senar-PR. São 64 horas, oito dias. Neste curso construí, junto com os participantes, um forno na primeira etapa de depois na segunda etapa queimamos as peças. Este forno atinge 800 graus centígrados. Forno construido com tijolos comuns, de 4 furos. Usamos como combustível galhos finos de eucalipto para a parte final da queima. O eucalipto é uma lenha excelente para queimar cerâmica. A bracatinga e a vassoura também são lenhas ótimas, só que estas duas últimas são mais leves, gasta-se mais lenha, porém dão muita chama e quase nada de brasa, o que é uma vantagem. Saiu tudo certinho. Algumas peças apresentaram coração negro. O problema destes cursos, com relação à queima é que o forno é recém construído e ainda não foi queimado. Por isso, a primeira queima, já com as peças, fica mais difícil, o resultado ainda não é o melhor do forno. A queima é feita em 8 a 9 horas, ou seja, durante um expediente normal de trabalho. É tudo muito rápido.
Os participantes não conheciam queima de raku, por isso, para melhor ilustrar essa possibilidade levei meu forno feito em tambor de metal revestido com fibras cerâmicas, que é muito leve e cabe tanquilamente no carro. É uma mão de obra levar esse forno, mas o resultado é muito positivo e as pessoas gostam demais e anima a turma para trabalhos futuros, que é o meu objetivo. Sempre tenho que encontrar argila plástica na própria localidade para usar e ensinar como se prepara uma massa. Primeiramente procuro por uma olaria, para facilitar o trabalho. Se a massa da olaria for boa, posso usar diretamente no artesanato e isso economiza muito tempo. Todavia, em Tibagi, apesar de ter duas olarias, os tijolos fabricados são pouco resistentes e a massa não se presta muito para modelado. Ela presta-se bem para peças prensadas, como placas, por exemplo. Mas para confeccionar panelas não serve. Não tem resistência à tração. Arrebenta com muita facilidade. Procurei e não encontrei nenhuma argila plástica que susperasse essa dificuldade. Levei um pouco da argila plástica que uso, das margens do Rio Miringuava, de São José dos Pinhais, na região Metropolitana de Curitiba, misturei com as argilas de Tibagi e o resultado foi bom. Conclusão: o ideal é importar um pouco de argila plástica de outra região, o que deixo sugerido e com enderêço. No caso, argila plástica de Balsa Nova (também próximo de Curitiba).
O curso não tem continuidade, porque terminado o mesmo não retorno mais a Tibagi, a menos que solicitem este curso para o Senar. Isso não é bom, porque esfria o ânimo daqueles que participaram do curso. Entabular uma negociação junto ao poder público para montar um centro de cerâmica é complicado. Somente se conseguisse um patrocínio. Bem, Tibagi tem características diferenciadas e poder-ia fazer um trabalho da melhor qualidade. Por exemplo, em Tibagi já foi local de extração de diamantes, o que ainda é feito com produção baixíssima, mas tem a tradição do garimpo que que pode ser incorporado ao artesanato cerâmico, incluindo algumas pedras semi-preciosas que existe na região, principalmente nas bijuterias. Tibagi tem uma cooperativa com sede própria, onde a tecelagem é o forte do artesanato. Muito bem feito, usando principalmente lã de carneiro. Também pode ser usado cerâmica para compor o artesanato de tecelagem. Por isso, acho que Tibagi é um grande lugar para se fazer um trabalho completo, com resgate histórico, incorporação no artesanato local com design, etc. Tá lá, pronto, pedindo.
Este trabalho de cerâmica é tão intenso, exige tanto que, por vezes, esqueço de fotografar. Não é moleza! Procuro uma massa para trabalhar, para isso saio pelos locais conhecidos na cata de material usável. Ensino as técnicas básicas de cerâmica. Construo forno. Acabamento nas peças e depois queima. Tudo novidade. Sempre encontro pessoas com habilidades que aprendem rapidamente e , em seguida, já apresentam melhoria e alguns dão salto de qualidade. Isso é gratificante, por isso vale o esforço. Encontro, também, pessoas que já conhecem algum ofício de artesanato escultórico, como é o caso do Rosnei e do Reale, daí fica fácil para todos.
Tibagi é uma cidade que atrai muitos turistas. Já foi considerada, há poucos anos, a Melhor Cidadezinha do Brasil. O cânion do Guartelá fica a 20 km da cidade. Este cânion é belíssimo. Vem pessoas de toda parte para visitá-lo. Tem um parque com 800 hectares. Acampei nas cercanias do parque após o término do curso. Gostei demais de caminhar pelas trilhas e sentir as vibrações fantásticas daquele ambiente de arenito, formado no período devoniano. A foto é de lá. Numa delas aparece uma parte protegida com rocha avançando, formando uma proteção. Neste local encontram-se alguns desenhos considerados milenares.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Construção de Forno Catenário

VIVÊNCIA DE CONSTRUÇÃO DE FORNO CATENÁRIO



Estou convocando todos os interessados em aprender a construir um FORNO CATENÁRIO, à lenha, para queima de cerâmica a 1250 graus centígrados.
Este forno sera usado para vidrados a SAL.


O QUE É:

Forno catenario tem esse nome devido ao formato da abóboda. Vem de cadena, catena, catenario, corrente. Se pegarmos uma corrente de metal e a segurarmos nas duas pontas, a curva formada pelo peso próprio do material chama-se curva catenaria. Se desenharmos esta curva, por exemplo, numa chapa de compensado e rebatermos a curva inferior e girando-a como parte superior, teremos a curvatura da abóboda do forno, curva do forno catenário. Depois disso é construir a zimbra (estrutura que segura a montagem da abóboda para que os tijolos não caiam) e usar como apoio.
Pretendo construir um forno deste formato aqui no meu espaço cerâmico. O volume interno do forno, útil, sera de, aproximadamente, 90 cm x 90 cm x 90 cm.
Será um forno de tiragem invertida. Tiragem invertida é quando a chaminé começa da altura do chão do forno. O calor do fogo sobe e para sair terá que ser pela parte inferior do forno,. A chaminé sera de aproximadamente 4 vezes a altura do forno. A construção usará tijolos refratários de alta densidade. O forno terá duas entradas para lenha, laterais.


ONDE:

O forno Catenário sera construído no Ateliê de Cerâmica de Giberto Narciso, no Sítio Porangaba, na Estrada da Graciosa de Quatro Barras – PR, Região Metropolitana de Curitiba. Quem quiser participar e não souber como chegar, é só confirmar a participação e solicitar mapa. Aqui tem Hotel, próximo, SOL INN, novo, com preço especial. Para chegar até a chácara, será resolvido de acordo com cada caso.


QUANTO TEMPO DEMORA:

Está prevista a construção em no máximo 4 dias, pois pretendemos construir tudo, desde a zimbra, preparo da massa de rejunte, e assentamento de todos os tijolos, mais ainda a camada isolante após o tijolo refratário.







QUEM VAI CONSTRUIR:

Todos os participantes da Vivência podem colocar a mão na massa é é essencial que isso aconteça, pois com uma equipe funcionando tudo fluirá melhor, talvez em menor prazo.
A construção sera comandada pelo Ceramista Português Joaquim José Parreira Pimentão. É especialista em vitrificação a sal e construção de forno catenario. Sobre o Joaquim, seu trabalho cerâmico, estaremos mostrando nos dias da construção, inclusive apresentando-o para a comunidade cerâmica participante. Joaquim chegou recentemente no Brasil e está começando a trabalhar aqui no Paraná.


QUANTO CUSTA:

Para os 4 dias de Vivência, podendo ser fotografado, filmado, etc, o custo será de R$ 180,00 por pessoa. Neste valor estão incluídas as 4 (quatro) refeições, café da tarde, garrafa térmica com chá e café permanentemente, com bolachás, pão, etc.
O preço do pacote é o mesmo para qualquer número de dias que a pessoa queira participar. Número máximo de pessoas = 15.


O QUE MAIS TEM:

O ateliê ficará à disposição de todos os participantes com toda a sua infraestrutura para confeccionar algum trabalho. Para isso cada participante terá direito a 5 kgs de massa para alta temperatura que deverá ser confeccionada por ele próprio, com os equipamentes, materiais existentes e assessoria minha, caso não saiba como compor uma massa de alta temperatura.
O que for produzido poderá ficar no ateliê ou ser levado embora. Pretendemos, posteriormente, fazer nova vivencia, de um dia, para a queima de VIDRADO DE SAL, onde o participante poderá queimar a própria peça.
O ateliê fica numa chácara com espaço verde, riozinho, que pode ser aproveitado.


QUANDO:

A Vivência está programada para os dias 17, 18, 19 e 20 de marco, terça, quarta, quinta e sexta-feira, com início às 9 horas da manhã e término às 17 horas, de cada dia.








COMO CONFIRMAR A PRESENÇA

Para confirmar a participação, entrar em contacto com e-mail gpnarciso@hotmail.com, o quanto antes possível, para garantir a estratégia sem falhas principalmente no número de participantes.


PAGAMENTO:

Após a confirmação entrarei em contacto com o interessado para efetivação dos detalhes.


Um abraço para todos e quero completar dizendo que a construção do forno será feita independente do número de pessoas..