segunda-feira, 18 de junho de 2012

AULAS DE CERÂMICA/PARQUE DA CIÊNCIA/PINHAIS

O PARQUE DA CIÊNCIA, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, é um espaço sem comparações. Gigante, plano, cheio de edificações,um espaço a ser ocupado. O Museu de Ciência, o Planetário, a Escola de Cinema, o Curso de Agroecologia (com alunos que vêm da área rural e permanecem em intervalos de quinze dias, depois retornando à sua terra de origem onde implantam o que aprendem, fantástico, principalmente em se tratando de AGROECOLOGIA), todos estes setores alí funcionam e ocupam uma parte mínima desse espaço. O restante está à espera de uso, muito embora, já tenha sido muito movimentado, no passado. Uma dessas áreas está sendo ocupada pelo curso de cerâmica.
O Museu de Ciência é bem interessante e começamos a reproduzir "trilobitas"em cerâmica. Simples: tira-se o molde em gesso, aperta-se a massa cerâmica contra o molde, depois acabamento. Após a queima uma demão de engobe de argila colorida, escreve-se o nome o nome do animal, ou qualquer outra coisa, pois o engobe sai e aparece a coloração da massa cerâmica queimada, e está pronto o souvenir para ser repassado aos alunos da escola pública e privada que diariamente vêm visitar o museu. Este engobe, se for queimado novamente aparecerá definitivo incorporado à peça, mas pode-se passar com cola branca e depois impermeabilizar, para quem não possua forno para queima mais alta. No nosso caso dispomos de formo artesanal até 800 graus centígrados, à lenha.
Quando um aluno já tem conhecimento anterior de trabalhos manuais, artesanato, e é apresentado à cerâmica, no primeiro momento tem a adaptação, mas, em seguida, todo o conhecimento anterior e prática é incorporado e o resultado é muito bonito. Vejam, por exemplo, o engobe no desenho da placa e o entalhe dos pinheiros. A Silvana desenha e vende quadros, adaptou e passado este primeiro momento em que está transferindo para a cerâmica o seu conhecimento em pintura, firmará definitivamente o que deseja fazer em cerâmica. Mas o traço é firme, definido, o enquadramento perfeito, com a noção exata de ocupação dos espaços.
Vejam a panela com engobe verde por fora, construída a partir de uma pelota de massa. Sempre presto muita atenção à alça das panelas, precisam ser práticas fáceis de serem manejadas com a panela quente.

domingo, 17 de junho de 2012

VIVÊNCIA PORANGABA 20/06/2012=RAKU

                            






                                      VIVÊNCIA PORANGABA -  RAKU



ESTOU CONVIDANDO VOCÊ PARA UMA VIVÊNCIA/OFICINA DE RAKU, NO MEU ATELIÊ DE CERÂMICA, NO SÁBADO, DIA 30 DE JUNHO DE 2012. 

O QUE É A VIVÊNCIA PORANGABA? É um acontecimento cerâmico, prático, que acontece no Sítio Porangaba, em Quatro Barras, num ateliê cercado pela Natureza. Serão 2 queimas de peças cerâmicas usando a técnica de Raku. O Raku tem sido traduzido como Simplicidade, Facilidade, até Felicidade. Não exige conhecimento cerâmico anterior. A Vivência começa às 9 horas da manhã. O almoço será no Terra Brasil Café, com enfoque Naturalista e opção para vegetarianos. Às 17 horas encerramento, também no Terra Brasil Café.


COMO ACONTECE?Cada participante recebe 2 peças e decora com vidrado (com a devida orientação) que são levadas ao forno para duas queimas. Não é necessário conhecimento anterior.


CUSTO POR PESSOA: O valor individual é de R$ 120,00, a ser pago no dia da oficina.


CONFIRMAÇÃO: A presença deverá ser confirmada até dia 27 de JUNHO. O número máximo é de 12 pessoas. Quem quiser participar deverá inscrever-se pelo telefone 41.91452884 ou pelo e-mail= gpnarciso@hotmail.com . Nesta ocasião será fornecido um mapa de acesso.

ENDEREÇO: Estrada da Graciosa, 6609 – Bairro Campininha – Quatro Barras – PR


terça-feira, 5 de junho de 2012

SEMANA DO CERAMISTA/JOINVILLE

Ministrei a oficina de Raku em Joinville. Fiz formulações simples mas que abarcassem uma faixa de possibilidades grande. Por exemplo, uma base alcalina, opacificante e corante. Com isso, primeiro a base, que é o CMF 096, já é o Transparente. Para opacificar, ou seja, deixar branco, adicionar o óxido de estanho, SnO2, em proporções de 7 a 12 %. Vejam a peça com desenho em azul baixo vidrado é apenas o Transparente sobre cerâmica branca, dá um branco perfeito, ou seja, não é preciso opacificar o transparente quando a base cerâmica é branca. O desenho baixo vidrado é apenas óxido de cobalto com CMC(carboxi metil celulose) e água, direto na cerâmica, depois coberto com o Transparente, pela técnica de vertimento. Bem, quando temos um vidrado transparente opacificado, podemos colori-lo. Para isso usamos os óxidos metálicos, principalmente o cobalto, o cobre e o cromo. O óxido de cobre, na redução com serragem retorna para o vermelho da sua origem, o cobre metálico, perdendo seu óxido. Todavia, sempre precisamos tomar o cuidado de não usar serragem molhada, pois a água, ao evaporar, rouba temperatura e boicota a redução. A própria combustão da serragem produz água. Aliás, toda combustão produz água. Neste raciocínio quase ninguém comenta o fato de que todo esse combustível fóssil que estamos queimando no planeta está adicionando cada vez mais água (claro, com a respectiva dose de gás carbônico e ainda roubando o respectivo oxigênio da nossa atmosfera.Quanto mais fechado estiver o recipiente com as peças para a redução, melhor será a coloração preta de fumaça deixada na peça e melhor a redução propriamente dita. Outro vidrado que gosto é a fusão da colemanita. Dá resultado rústico, irregular, pois a rocha não é muito fácil de cobrir a cerâmica. Também para completar um espectro maior de vidrados para raku, uso um vidrado com cobre, cmf, pronto, verde turqueza, sempre fácil de obter resultado. As camadas grossas, no raku, sempre são melhores, a falta de vidrado dá um resultado péssimo, mas o excesso quase nunca. O cobre sempre apresenta a melhor transformação visual de redução, sua metalização retorna o óxido ou carbonato de cobre ao metal original, o cobre, de coloração vermelha. Na natureza poucos são os metais de colorações diferentes e apenas o ouro e o cobre, na cerâmica, destacam-se. As demais reduções, metalizam mas as cores, apesar de brilhantes, são sempre iguais, semelhantes às peças não cerâmicas cromadas ou niqueladas. As técnicas de vitrificação possíveis numa oficina rápida sempre acho que são as à pincel e o vertimento. A imersão necessita muita solução de vidrado e a aspersão não é recomendada em locais sem aparato próprio (capela). Apresentei, também, o conjunto de pinça e carrapicho para peças de bijuteria, como ilustração. Inventei, há muito tempo uma pinça para fazer imersão de peças furadas para bijuteria. Mostrarei a foto oportunamente e explicarei seu uso. Ainda ando incomodado com o uso do forno com fibra cerâmica. Assim como estou evitando usar vidrados de chumbo, selênio, cádmio, vanádio, por serem metais pesados, tóxicos, assim também quero abandonar o forno de fibra cerâmica por ser, a fibra cerâmica, tóxica. A praticidade do forno de fibra é notória, mas sua toxicidade, também. Um forno de tijolos isolantes, acredito que seja a melhor solução.
Mas a festa da Semana do Ceramista, de Joinville, foi um sucesso. Aconteceu no Centro Cultural Antarctica, com exposições e oficinas. A Casa da Cultura está sendo totalmente reformada para atender à comunidade com um espaço dentro de padrões de qualidade que todos merecem. Sou grato pela oportunidade que tive de conduzir essa rápida oficina.

sábado, 2 de junho de 2012

VALE DO SOL - MORRETES

Completei os 8 dias de curso com uma queima. Novamente a tranqüilidade do uso de eucalipto muito bem seco. Em 7 horas e meia a queima foi completada, nenhuma peça quebrada. Esse negócio de nenhuma peça quebrada é porque os alunos quase sempre são novos na cerâmica e muitas falhas de confecção acontecem. Como a queima tem que ser feita durante o intervalo do dia de aula, o prazo máximo é de um expediente, 8-9 horas. Não dá para prolongar mais a queima. Claro que sempre tomo precauções na massa que está sendo usada pelos alunos. Adiciono propositadamente chamote e areia para garantir melhor secagem, evitar deformação das peças na secagem e menor taxa de quebra na queima. Soube do resultado pelo telefone, pois no último dia fizemos a queima. Como o forno somente pode ser aberto no outro dia, deixei o forno lacrado e fui embora. Normalmente em dias de queima, fico atarefado controlando a lenha a todo o instante, verificando os respiros (tobera, abertura de saída de calor), controlando com uma "isca"(arame com uma peça na ponta mergulhado no forno =vez por outra puxo a isca e verifico em que estágio está a queima, como estão as peças, indiretamente). Desta feita, aproveitei os outros talentos dos participantes do curso. Assim, controlando calmamente a queima, alguns alunos mostraram outra vertente artística fluir. Com um violão de sete cordas, outro violão de seis, tambor e pandeiro, rolou um som durante a queima. Foi muito interessante. Até poesia declamada apareceu. Surpreendi-me com um dos alunos, normalmente muito quieto e introspectivo. Cantou, com uma voz afinadíssima e cadenciada, além de muito bonita, um velho sucesso do Taiguara. O Chiti(Maestro J.F.Chiti) fala em até fazer um churrasquinho durante a queima, aproveitando o braseiro dando sopa.
Sempre aprendo inesperadamente. Estava dando um acabamento rápido numa peça semi-úmida para colocar no forno, mas precisava desbastar bastante, aproveitei um ralador de verduras que estava à mão e mandei ver. Pôxa, ferramenta excelente que daqui prá frente usarei em acabamentos. Bem a peça estava úmida, enfornei assim mesmo, pois precisava, não dá nada quando a massa está preparada para isso.
Gosto da finalização do figurativo, com a superfície irregular, embora com bom acabamento, parece mais pele.
O Pico é o Marumbi, tardinha, com nuvens e névoas, quando voltava, depois do expediente....
A ave é o Suruquá, que estava comendo os frutos da Juçara, Palmito, Eutherpes edulis.