quarta-feira, 25 de julho de 2012

ATELIÊ DA ALDEIA-ARAUCÁRIA - PR

Há alguns anos atrás, cooperei para que fosse montado, aos poucos o ateliê cerâmico situado no Parque Cachoeira, chamado Ateliê da Aldeia, em Araucária. O espaço está consolidado.
O esquema de colocar na Dotação Orçamentária Municipal, com a antecedência exigida, forma o compromisso de que a verba solicitada seja aplicada. Isso é ótimo e deve ser seguido por todos aqueles que desejam ampliar os espaços municipais. Pena que é muito difícil viabilizar este procedimento. Para completar e manter um espaço de uso público há necessidade de investimento periódico para que não se improvise demasiadamente.Todavia, houve um crescimento de atividades e de espaço físico no ateliê da Aldeia. E todos sabemos que não é fácil manter um espaço público. Existia uma diferença técnica entre alguns participantes do curso ministrado que é de Cerâmica Básica, patrocinado pelo Senar-PR. Isto, porém, não vejo problema pois todos acabam somando o aprendizado, vendo o que estão fazendo aqueles com conhecimento um pouco mais sedimentado. Foram desenvolvidos alguns testes de vidrados de cinzas, aulas de torno, vidrados de 980 oC, queima de Raku e as aulas normais com as técnicas básicas. Ou seja, foi ampliado bastante o leque de aprendizado. O curso é de 8 dias e bem intenso. Sempre modelo um rosto, mãos ou pés como aprendizado de modelado livre. Há uma atração permanente nestes exercícios. Depois, a evolução é um produto muito pessoal. Uma das participantes trouxe uma folha impressa com a Vênus de Milo, de frente e de costas e começou a modelar. Depois passou algum trabalho para aceitar o rosto que tinha modelado. Bem, o caso complica porque é "apenas"a Vênus de Milo, ícone da escultura ocidental da antiguidade clássica, que,junto com a Vitória de Samotrácia, fazem parte de nosso consciente. Mas é bom, interessante que isso aconteça. Provoca! Inclusive risos!
Aliás, como é saudável rirmos
de nós mesmos!Não consigo olhar o mundo de forma isolada. Sempre situo-me no contexto social, planetário e com isso nossa individualidade some e aparece somente o ser humano, uma coisa só, a raça inteira, com sua imensa gama de personalidades, jeitos, qualidades, etc, que são uma parcela de nós mesmos. Fica fácil, então, de rir das nossas manias porque são vistas claramente como tal e não tem nenhum problema em desmontar qualquer maneira peculiar de nossa personalidade.Somente o aprendizado, o conhecimento são concretos, mas para isso precisamos limpar espaços limitantes.Ih!Uf! Os dias correram rapidamente e até o almoço era feito no ateliê e, depois dele, nem tempo para um descanso acontecia, pois todos pulavam já pro seu trabalho e mandavam bala.

domingo, 8 de julho de 2012

FORMATOS ARQUEOLÓGICOS

Tenho me ilustrado muito com o estudo de arqueologia cerâmica. Os formatos são infindáveis, parece que não mudamos nada há milênios. Os velhos perfis ainda continuam com beleza atual. Fotografei algumas formas encontradas na natureza e que certamente deram origem
aos formatos encontrados nos primeiros recipientes modelados pelos nossos antepassados. Esses receptáculos de sementes, certamente, serviram de inspiração
ou, talvez, tenham sido usados e depois copiados quando a tecnologia cerâmica foi descoberta. As cabaças
calabazas, catutos, purungos ou porongos são recipientes naturais prontos
de grande utilidade. Ainda hoje é inigualável um purungo usado como cuia para chimarrão, aqui no sul do Brasil. Eu mesmo faço coleção de porongos, purungos (cada região dá um nome diferente, aqui é purungo!). No livro,Brasil Antes dos Brasileiros, de A. Prous, cita o uso de cascos de tartarugas como recipientes, o que dá um formato de diâmetro bem superior à altura, como recipiente, muito comum. Visitei o Museu de Arqueologia de Paranaguá-PR e dos recipientes poucos que ali estavam expostos, dois pareciam os receptáculos de sementes acima ilustrados. Poderia selecionar vários formatos mostrados em livros de arqueologia, como, por exemplo, dos Cadernos de Arqueologia da Universidade Federal do Paraná, Ano l, no.l, 1975, onde aparecem ilustrações de cerâmica encontradas nas escavações da vila espanhola de Ciudad Real do Guairá. No livro, também de André Prous,
Arqueologia Brasileira, são muitos os formatos repetitivos e que ilustram a semelhança entre os recipientes naturais e os cerâmicos.Bem como a citação, na pagina 96, os formatos cerâmicos tendem a imitar os recipientes naturais que eram usados.