segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

VENDAS - QUEM QUER COMPRAR?

Uma das grandes dificuldades, talvez a maior delas, seja a sobrevivência do ceramista, vendendo seu próprio trabalho. Fazer cerâmica é uma delícia, vender o tormendo da maioria. Venda é um assunto próprio. Tem pessoas com talento especial para isso. São poucos os ceramistas vendedores. É essencial um esquema de vendas para sobrevivência. Estudar cerâmica, produzir e depois vender. Não estou contando com as etapas de montagem do ateliê. Fornos, espaço físico, marombas, plaqueiras, matérias primas, etc. No meu caso, como funciona: sim, tenho dificuldades em colocar o produto que eu faço nas prateleiras de terceiros para vender. No meu ateliê é onde mais vendo meu trabalho. Moro fora da cidade, na área rural. Quando alguém me visita, vem exclusivamente ao meu ateliê, porque fora isso, nada mais tem nas cercanias. Estou com ateliê na Serra do Mar, cercado de verde, etc, mas, comercialmente, não tem nada. Tenho um esquema montado, fruto de décadas de estudo e trabalho e pesquisa em cerâmica. Dou aulas, vivências, ensino a fazer fornos, produzir massas, vidrados, de alta, baixa e média temperatura. Quando me visitam, vendo meu trabalho e minhas peças. Neste mês andei participando de Bazares, esquemas de vendas de final de ano. Não tenho peças em lojas, porque não tenho tempo de sair e oferecer.
Vendas consignadas é muito chato, embora seja uma saída. O produto fica numa prateleira e temos que continuar controlando para ver se vendeu, etc. Somando um monte de peças em consignação, fica um estoque virtual. Prefiro não vender em consignação. Acho melhor melhor vender mais barato, aceitar cheque pré-datado, parcelar, etc.
Lojas de decoração são uma jogada. Várias pessoas me falaram sobre isso. Fui em lojas destes produtos e vi que é um caminho. Há, também, a necessidade de encontrar um produto do gosto popular. Junto com isso, a qualidade das peças é essencial. Estou martelando firme para conseguir um bom resultado. É muito agradável vender as peças e poder continuar com uma linha de trabalho. Acho que em Cunha -SP encontrou-se uma fórmula interessante. O mercado consumidor paulista é gigante, chamar a clientela para ver a abertura de fornos e aquela quantidade de ateliês cerâmicos realmente foi um boa idéia. Tem espaço para todos. Aqueles que apresentam melhor qualidade e bom marketing conseguem seus objetivos.

2 comentários:

Helena Erthal disse...

Narciso,
òtimo post...Você tocou num ponto que todo ceramista reclama. No Rio de Janeiro, verifiquei que alguns ceramistas se aproximam de decoradores e esses, muitas vezes é que abrem as portas das lojas de artigos para decoração/casa. Quem sabe não é uma boa ideia!?
abraços,

. disse...

Sim, Helena, as lojas de Decoração são um caminho financeiro. Muitos ceramistas usam este caminho.