sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

VALE DO SOL - Morretes - PR


Completei o curso de Cerâmica Básica na Comunidade Vale do Sol. Queimamos as peças que estavam secas, no forno que construímos na primeira parte do curso. Foi difícil o caso da lenha. Na verdade, tenho dificuldade em conscientizar sobre a qualidade da lenha necessário para fazer uma boa queima. Lenha que esteja verde, não tem jeito.O forno não sobe a temperatura. Ao invés disso, quase tira a temperatura do forno. Quando se controla com um pirômetro digital, por exemplo, a gente percebe claramente que não é a intensidade do fogo que controla o ascenso da temperatura. O forno funciona como um carburador de carro. No escapamento não pode sair fumaça. Uma boa queima é limpa, tranquila. Tá certo, demora-se muito tempo para compreender como funciona um forno, como deve ser controlado. Acredito que são necessárias mais de 10 queimas para que a pessoa comece a entender como funciona uma queima de cerâmica à lenha. Ã gás não é diferente. Não é só aumentar a quantidade de gás num forno para que ele aumente a temperatura. Precisa-se aprender a calibrar. Isso só com o tempo e simplifica quando alguém que conhece a parada direciona e acalma o foguista.
A melhor lenha que se dispõe, que eu conheço, é o eucalipto. Lenhas de baixa densidade, como a bracatinha e a vassoura (aqui em Curitiba), a vieira, no litoral, permitem uma queima perfeita. Enfim precisa-se conhecer as lenhas que existem na região, para escolher. Todavia as de maior densidade como as goiabeiras, só servem no início da queima. No final, quando se precisa grande intensidade de fogo, somente lenhas leves e muito bem estacionadas, secas. Cabe também salientar que elas devem ser finas, mais ou menos uns 5 cm de diâmetro e o comprimento do tamanho do forno, para poder colocar a lenha suavente e alcançar o fundo da fornalha do forno.
Nesta queima, como a lenha era verde, o final foi preocupante, fomos salvos por umas 4 toras de eucalipto, velhas, que estavam disponíveis, as quais tivemos que rachar com machados em achas finas.
As peças estavam secas e o resultado foi muito bom. O forno funcionou perfeitamente e apenas uma peça estourou. É um sucesso quando apenas uma peça estoura dentro do forno, porque é um curso onde todos estão aprendendo e é comum a modelagem com algum defeito, principalmente bolha de ar dentro da peça. Todavia, com um ciclo de queima de 9 horas, que é o que fazemos, o resultado quase sempre é positivo.
Todavia, a turma era muito esperta, animada e as peças ficaram boas.

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