quinta-feira, 14 de outubro de 2010

TRABALHANDO EM TIBAGI






Sempre vi em Tibagi uma cidade própria para desenvolvimento de artesanato e qualidade, com expressão local, personalizado. Notei logo porque existe um fluxo de turistas muito grande nesta cidade, inclusive internacionais, devido ao Canion do Guartelá. Além disso, Tibagi tem outras belezas, como a cachoeira da foto (tem muitas outras), mais um passado histórico, tanto colonial com a exploração de diamantes, como pré-colombiano já que foi habitat de nossos indígenas, donos da terra. Neste sentido tem as inscrições rupestres no canion do Guartelá e mais, no museu da cidade, cerâmica, pedras de machadinhas, outros utilitários (mão de pilão, quebra-cocos, etc), pontas de flexas de antiguidade milenar. Encontram-se muitos, quase facilmente, estes artefatos indígenas. Vejam só, a gente está encontrando o lixo de nossos antepassados que aqui habitaram durante milênios. Este lixo está perfeitamente encaixado com a natureza, pois uma flexa, que é ponta de pedra, se não for olhada com olhos treinados, nem se nota que está no chão, portanto, não é poluição. As pedras, também, estão espalhadas e precisam ser vistas por olho de lince. Já vi pessoas que possuíam pedras de machadinhas, tinham em suas casas como peso, segura-porta, escolhido pela beleza da pedra, mas não davam o valor arqueológico. Onde quero chegar com isso? É que com milênios de civilização, nossos indígenas praticamente não deixaram rastros, e nós, depositários da civilização descendente da Suméria/Egito/Grécia/Latina/Renascença/Revolução Industrial/Relatividade/Huble(telescópio/Viagens Lunares/Exploração do Sistema Solar, os últimos ítens em apenas 100 anos), estamos entupindo o PLANETA de lixo plástico,humano, radioativo, etc, etc. É lamentável este olhar sobre os indígenas e a nossa vida atual, descabida, desenfreada, totalmente desubicada da realidade Cósmica. Os ïndios não deixaram pegadas, nós somos uma vergonha.....
Assim, resolvi sofrer a influência indígena e fiz esse prato com a cabeça de Serpente, que aparece muito na cerâmica arqueológica. Também a panela é de influencia indígena, argentina, da Cultura Aguada. Faço isso com muito respeito e admiração pelos antigos donos da nossa América (ainda não devidamente indenizados). Vejam a foto das pedras arqueológicas, todas encontradas em Tibagi. Calmamente, mas com profundidade, estou entrando no mundo arqueológico cerâmico .

3 comentários:

Kátia Nascimento disse...

Estou encantada com seu trabalho. Espero poder participar de algum curso básico em breve.

Abraços

Kátia

Anônimo disse...

A arqueologia no Brasil cresceu muito por demandas do meio acadêmico e empresarial. Porém nas legislações legais (consultar o IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) não existe uma “arqueologia amadora”, todos os trabalhos realizados em arqueologia no país são determinados por lei e a escavação arqueológica não autorizada configura crime; todo o artefato arqueológico encontrado é patrimônio cultural da União. (Constituição Federal de 1988, Lei Federal no 3924/1961, Resoluções CONAMA no 001/1986 e 237/1997, entre outros). Então peço cautela nos seus procedimentos principalmente se tratando de pesquisa ou peças nacionais. Seguidamente nós e muitos museus são procurados para emitir laudo de peças arqueológicas para venda o que é crime, então suas intenções podem ser mal interpretadas. Sugiro que não se envolva em escavações (sem um profissional qualificado), compra, venda ou posse de peças arqueológicas, mas não desanime do seu interesse na pesquisa teórica.
Maiores Informações sobre a disciplina entre em contato com a Sociedade de arqueologia Brasileira pelo site www.sabnet.com.br ou com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional pelo site www.iphan.gov.br .

. disse...

Eu não participo nem faço escavações. Pelas outras reportagens vai-se ver que cursei duas cadeiras de Arqueologia na Universidade Federal do Paraná, para aprofundar-me no assunto. Fui ver uma equipe da UFPr escavando na Baía de Antonina =PR e visitei, também um sambaqui. Apenas quero mostrar a fragilidade do assunto, a abundância de artefatos e a falta de profissionais. Sei perfeitamento sobre a legislação e respeito. Agora sei, também, que quem passar com um trator sobre um sítio arqueológico que "não tenha visto", vai ficar por isso mesmo.