domingo, 24 de outubro de 2010

ARQUEOLOGIA CERÂMICA/LÍTICA






Já escrevi anteriormente que a Legislação Brasileira é meio capenga na questão arqueológica. Isto porque se você encontrar no terreno da sua casa, qualquer objeto de origem arqueológica, ele pertence ao Estado. O que acontece é que grande parte dos achados são simplesmente ignorados,. Ou seja, se você não notar a existência de um sítio arqueológico, é só passar com o trator em cima, daí estará tudo bem. Isto simplifica a coisa. É claro que a Legislação tem como objetivo proteger o Patrimônio Nacional e da Humanidade, mas, talvez devesse ser de outra forma. É também vedado a um particular possuir acervo arqueológico. Daí, também, alguém, já disse: olha, eu não tenho uma pedra de machadinha assim assada, não tenho uma ponta de flexa de tandos centímetros, e daí prá frente, descrevendo todo o acervo como não tendo, não se comprometendo por possuir em seu poder patrimônio do Estado, apenas negando o que tem.
Estive novamente em Tibagi, no Estado do Paraná, onde tem muitos sítios arqueológicos. Claro que não dá para comparar com Santarém, com aquela maravilha de cerâmica arqueológica, e neste sentido eu acabo de comprar um livro editado em 2002, mas somente agora que me chegou às mãos, comprado através da Estante Virtual, chamado : Cerâmica Arqueológica da Amazônia, Vasilhas da Coleção Tapajônica MAE-USP, de Denise Maria Cavalcante Gomes. Comprei outros livros de arqueologia cerâmica Brasileira, mas é difícil encontrar, mas encontrado, são razoavelmente baratos. Com este mencionado acima estou mergulhado, maravilhado com a cerâmica Santarém, em sua denominação mais genérica. Como estou interessado na composição da massa que eles usaram, percebo que a os mesmos antiplásticos são adicionados às massas, em toda parte, com pequena variação. Principalmente silica (areia), cinzas (de fogueira ou de cascas de árvores escolhidas principalmente pelo alto teor de sílica), cacos moídos de cerâmicas queimadas, inclusive pó de ossos de alguém que queriam reverenciar e, assim, incorporando estas cinzas de ossos na própria massa cerâmica. Os ossos, depois de calcinados, podem ser moídos facilmente, em almofarizes, usando mão de pilão. Estes objetos, de pedra, mão de pilão, amofariz, são encontrados em profusão, em todo sítio arqueológico. Eu próprio não tenho uma mão de pilão que não foi achada aqui perto da minha casa, em Quatro Barras, Região Metropolitana de Curitiba. Gostaria de não encontrar um mortero (como chamam os espanhóis para o almofariz), pois seria muito bacana poder usar no preparo de engobes, moagem de argilas, vidrados, no meu ateliê cerâmico. Tenho um almofariz e pilão em porcelana, para moagem de pigmentos e receitas de vidrados e engobes, mas usar um artefato indígena é muito legal.
A peça cerâmica com boca em cone, é uma cuscuzeira. Ganhei em Tibagi. A pessoa que me deu por sua vez ganhou de alguém que estava jogando fora. Ela tem sinais de que foi muito usada. A decoração na borda superior foi feito por mãos pequenas, bem como a da parte inicial do cone, de baixo prá cima. A outra panela tem um engobe brunido na parte superior, panela feita por mãos habilidosas. com espessura muito regular e o "pegador" pequeno. Também veio de Tibagi.
As pontas de flexas, as mãos de pilão e as machadinhas foram fotografadas por aí....

2 comentários:

Anônimo disse...

Tenho uma pedra dessa aqui em casa

Anônimo disse...

Gostaria de saber oq ela é realmente