segunda-feira, 3 de maio de 2010

ANTONINA DE NOVO





Completei o Curso de Cerâmica Básica no Siri do Portinho, em Antonina-PR.
A qualidade dos trabalhos foi flagrante. O interesse ainda estava mantido. Conseguimos uma maromba para amassar as argilas e a massa ficou muito boa. Assim fica mais fácil. É claro que com o tempo todos se acostuma a preparar a sua massa. Todavia, quando se tem uma quantidade maior, feita quase sem mão-de-obra, a coisa fica mais rápida. Ainda tem a vantagem de se deixar a massa descansando que fica mais plástica, mais gostosa de trabalhar. Na verdade as massas preparadas no dia ainda não estão totalmente maduras para serem trabalhadas. Descansando a acomadação dos argilo-minerais da massa entram numa acomodação que resulta numa melhoria da trabalhabilidade.
Quando ao ensino de técnicas cerâmicas, sempre a pergunta é: o que se ensinar? Como não homogeneizar o trabalho. De repente todo mundo vai ficar fazendo galinha da angola de Caruaru!Depois tem ainda o rústico e o mal feito, que fica meio embaralhado, principalmente quando se dispoe de pouco tempo para trabalhar o acabamento. Planos de acompanhamento do desenrolar dos trabalhos são necessários. Por isso, quando retornei a Antonina e algumas pessoas aproveitaram para refazer o curso, foi muito bom, houve um crescimento no aprendizado.
Tento sempre não influenciar demais sobre o que modelar. Deixo que cada um siga o seu caminho. Mas é difícil segurar todo mundo e muitos copiam o que os outros fazem. De repente a turma inteira está fazendo alguma coisa que alguém inventou e fica até hilário. Mas claro que como treinamento de aprendizado é superválido. Como tirar de dentro de cada um sua criatividade. Nosso problema de acesso à cultura é notório e não é fácil ainda conciliar o aprendizado com a sobrevivência. Quem tem tempo para aprender, durante 8 dias, investir numa coisa nova?
Estou sempre procurandop uma nova forma de ensinar, de fazer acompanhamento por mais tempo, durante um ano, por exemplo. Poder chamar outros profissionais para repassarem seu conhecimento. Trazer algum designer, algum ceramista consagrado, mostrar pro nosso povo mais trabalhos, mais pontos de vista.
Enfim, luto para não deixar cair a peteca e continuar levando um pouco do meu bom humor, minha vontade de compartilhar, minha vontade de trabalhar e de receber o carinho das pessoas.

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