sábado, 24 de abril de 2010
ANTONINA-MAIS UM CURSO
Depois de ter completado um curso de 64 horas, retornei a Antonina para mais um curso, no mesmo local, Siri do PORTINHO, com nova turma e, ainda, com boa parte dos antigos alunos. VI que o primeiro curso rendeu. Quando cheguei, de manhã, 8 horas, segunda-feira, o forno construído no curso anterior estava quentinho com as peças dentro, pois tinha sido feita uma queima no domingo. O Pessoal trabalhou neste intervalo tempo. Fizeram duas queimas, mostrando que foi moleza fazer funcionar o forninho,. Também, deve ser considerado que depois da primeira queima, o forno começa a ser mais eficiente. Pela saída, chaminé, logo vi que a queima tinha sido boa. Quando a não existe fuligem na chaminé mas, pelo contrario, apresenta sinais de que a temperatura chegou alí suficiente para eliminar qualquer sinal de fuligem, é que a queima foi de boa qualidade. Fumaça quer dizer combustão incompleta e a fuligem é a condensação da fumaça, ou seja, onde há fumaça, não há fogo, literalmente.
Fui dar uma olhada nas argilas do mangue, sei do problema ambiental, mas olhar é viável, sem problemas. A beleza da Baía de Antonina/Paranaguá renova. Antigamente existia uma olaria que retirava material prima do mangue. Esse mangue, na verdade, em alguns pontos, apresenta um afloramento de uma argila de coloração branca com traços amarelos, de boa granulometria. Fica uma goma na mão e pela sua plasticidade pode muito bem ser usada como massa de produção. Recolhi pedaços de telhas, que abundam no local próximo à antiga olaria, e vi que ela tem uma boa resistência à flexão. Pela qualidade da telha parecia que o material era usado direto, sem mistura. A parte superior das argilas é um pouco mais arenosa, ou seja, já possui o antiplástico misturado. Um dos problemas do mangue é a contaminação por metais pesados e parece, preciso conferir isso, noutros lugares isso está sendo constatado. As baías, no caso a de Paranaguá, recebem toda espécie de descarga. Detritos humanos, pinturas das casa, pois a água da chuva cai diretamente na baía. Mas só falar disso não adianta, é preciso saber com certeza. Quem será que possui estes dados?
Necessita-se entrar em contacto com o Mineropar, órgão do Governo do Estado e conseguir saber os lugares exatos para se retirar argilas para uso cerâmico. Vou fazer isso.
Pude também ver as três espécies vegetais do mangue e identificá-las visualmente, principalmente aquela conhecida pelo nome de Canapuva, Rysophora mangle, de cuja casca extrai-se o tanino para impermebilização de panelas, como fazem as paneleiras capixabas. Antigamente esta casca era usada em curtumes e, também, na impermeabilização de barcos. Observei que a vegetação está preservada. Serve como observação, porem como uso pelas pessoas que querem vender panelas impermeabilizadas tem que se pensar e analisar quimicamente a contaminação de tudo o que vem da baía. Por isso, somente com a ajuda do poder público, no caso a Tecpar que realiza as analises aqui no Paraná, mais a autorização do Ibama, nada se viabiliza.
Considerando-se, ainda, que a extração, se fosse o caso, seria mínima, sem afetar o Meio Ambiente.
O que sempre me atrai nestes cursos que dou de cerâmica básica, é a evolução das pessoas, a dedicação, a tentativa de melhorar, de querer aprender. Depois de uma primeira etapa sempre é possível melhorar, praticar bastante para melhorar a qualidade do modelado.
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