quarta-feira, 30 de novembro de 2011
RETORNO/PARQUE DA CIÊNCIA
A segunda etapa do curso é muito intensa. Os participantes estão mais à vontade, há um crescimento individual evidente. Vacilo em não fotografar o último dia, porque tem muito trabalho para não esquecer de toda a traquitana que vou levando para o curso e que não quero esquecer. Pena que as peças serão queimadas mais tarde. Lamento ter esquecido de fotografar a evolução das pessoas. Livros, por exemplo, minhas ferramentas, minhas pequenas coisinhas mas que me fazem muita falta quando as perco, ou esqueço. Preciso tomar tento e fotografar isso. Ficus devendus, já dizia aquêle botânico que tinha esquecido o nome científico de uma planta.
Fabricamos ótimas ferramentas como podem ver, são perfeitas, baratíssimas, já que as de madeira exigem somente canive/estilete e lixas. São quase sempre feitas de imbuia tem a forma que se quiser, pois a necessidade projeta o formato. As de arame são confeccionadas com arame da aço rígido, de vários diâmetros, normalmente três, para ferramentas pequenas, médias e grandes. Para o enrolamento é usado arame galvanizado, que é flexível.
A queima foi perfeita! No dia da queima chuva e sol, casamento de etc, improvisamos uma cobertura que demorávamos 1 minuto para montar ou desmontar. A lenha foi uma mistura de plátano com eucalipto. Esse último sempre a melhor lenha, uma tranquilidade para queimar. Combustão demorada sem brasas, quando está seca. Foram queimadas as peças da primeira parte do curso.
Neste parque da Ciência tive também o prazer de participar de refeições com vegetais colhidos da horta ao lado do ateliê. Comida simples, porém, orgânica, realmente um ganho à parte, pois nem sempre consigo, nessas correrias, encontrar essa qualidade. Preço? Cincão!
MASSAS CERÂMICAS/PORCELANA
O penúltimo encontro do Grupo Massa, como chamamos, foi para preparar e ver os resultados de massa de porcelana. Usei uma das formulações do Maestro Chiti, para queima a 1230 oC, já que é uma temperatura mais acessível para todos, que usam fornos à gás até 1250 graus centígrados. O fundente é a dolomita, cada 5% baixa 50 graus centígrados. A porcelana de ossos tem uma pré-preparação. Precisa ser primeiro calcinada. Comprei pó de osso usado para adubo. Depois calcinei a 1000 graus centígrados em queima lenta. A queima da matéria orgânica deixou as proximidades do forno com cheiro de sebo queimado, uma fumaceira preta esquisita. Foi a primeira vez que fiz essa calcinação. Dá prá desistir desse negócio só para não sentir mais esse cheiro. Mais simples trabalhar com rochas e argilas: ossos de animais transformados em pó, deve ser coisa de inglês, acostumado a tirar a pele do terceiro mundo, depois ainda usar os ossos para produzir porcelana que será usada para servir algum produto fabricado por algum povo explorado, também.... tô fora desse negócio, serviu como experiência. Minha direção é mais na preservaçao ambiental e direito dos animais. Quero me livrar desse carma carnívoro depredatório.
Claro que essa massa de porcelana precisa ser testada. Foi um início, depois de ver os resultados é que poderemos melhorar os percentuais para corrigir. No entanto, foi o ponto de partida.
A bromélia da foto é do gênero Bilbergia, um espetáculo à parte, belissima, dá quase para comemorar a chegada da floração, a cada ano.
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
SINGELA HOMENAGEM
Domingo último fui convidado prá uma festa na Chácara da Márcio Ito, em Cacatu-Mun.de Antonina. Encontro comemorativo da colonização japonesa no Paraná. Nesta chácara é que ministrei três cursos de cerâmica pelo Senar, de cerâmica Básica. Foi uma surpresa ver que tinham montado uma banquinha de produtos vários que são fabricados de forma artesanal pelos moradores das cercanias. Dentre os produtos, a cerâmica. Trabalhando de forma independente com o forno construído durante a aulas, foram feitas queimas e a cerâmica resultante estava à venda, por preços módicos. Mas, em cima do balcão, junto às peças, estava sendo distribuído o folheto que fotografei e passo prá vocês. Fiquei contente. Este é o objetivo das aulas de geração de renda, mostrar um caminho a ser trilhado. O aprendizado da cerâmica é longo, As trilhas são várias. O resultado principal está aí. à venda, agora é caminhar sempre, seguir, aperfeiçoando. BOA SORTE PRÁ VOCÊS, MEUS AMIGOS! OBRIGADO!
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
CERÂMICA BÁSICA - PARQUE DA CIÊNCIA
O Parque da Ciência fica em Curitiba. O curso de cerâmica básica está sendo ministrado para professores de arte, quase todos. É diferente dar aula para pessoas que vão sobreviver com o resultado do trabalho que está sendo ensinado.Indiretamente, pois não é com a venda de suas peças que sobrevivem, são professores. Os professores querem aprender tudo, depois transmitir, então querem detalhes, não deixam passar nada em branco. É estimulante esta forma de ensino. A construção do forno, acho que trigésimo quinto ou sexto, preciso verificar nos arquivos, foi rápida, recorde de construção. Às três da tarde já estava praticamente pronto, e, em seguida, caiu um toró danado. O forno ficou seguro com um plástico sobre ele. Mais tarde, para maior proteção, faz-se necessário uma cobertura simples em que a distância entre o teto e a parte superior do forno deve ser de 1,50 m, no mínimo. Na foto a pedra angular do forno de arco romano. Digo, tijolo angular. Ele fecha o arco permitindo o fechamento seguro da construção, depois de pronto pode ser retirada a zimbra, que é a armação para confeccionar o arco perfeitamente. Beleza de resultado, rápido, num dia o forno está pronto. Gosto muito de ver de repente surgir um forno cerâmico como resultado do esforço conjunto.
Também na foto uma prática de confecção de panelas. Todos querem levar uma para casa. Sempre repito que depois da quinta panela, a pessoa fica "cobra".
Sempre confecciono ferramentas, nas minhas aulas. Acho sempre formas novas para uso variado. São ferramentas de arame de aço rígido em três formatos, quadrado, redondo e com ponta, com três grossura de arame, totalizando nove ferramentas. Também de madeira são feitas ferramentas, estas ficam, também, perfeitas. Custo? Quase nada! O uso de bambu permite ferramentas com alta resistência. Faço, também, lâminas de imbuia que são cortadas no formato com estilete ou canivete e depois lixadas. Ficam perfeitas.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
SOBRE FORNOS CERÂMICOS ELÉTRICOS
Precisei meditar um pouco sobre fornos elétricos. Isso porque passei um perrengue com meus dois fornos elétricos. Acontece que tenho dois fornos elétricos velhos sendo que um deles é de qualidade inferior, servindo apenas para queimas até 1050 graus centígrados. Já troquei duas vezes os controladores deste último citado. O último controlador era um Coel que usei durante anos, sempre funcionando perfeitamente. O único problema é que o controlador apenas permitia atingir a temperatura desejada e daí permanecia em patamar até que eu fosse desligar. Era um atraso de vida. Tive um controlador analógico que apenas ia até a temperatura desejada e depois desligava. Tive também um relógio analógico, mostrador, que registrava a temperatura do forno. Todos equipamentos que ficaram inadequados, obsoletos, como resposta para pesquisa em cerâmica. Tenho forno à gás e as queimas com fogo, de redução, sempre me interessaram mais que os elétricos. Mas, as queimas de biscoito sempre gostei de fazer nos fornos elétricos. Todavia, fazer queimas de biscoito sem poder programar as curvas de queimas é problemático, exige acompanhar a queima sem sair de perto, pois precisa-se cuidar com as temperaturas que podem fazer com que as peças estourem. Tem a umidade das peças que sai a 120 graus centígrados, tem a água laminar que sai aos 170 graus centígrados, tem a água química que sai aí pelos quatrocentos graus centígrados, tem a transformação do quartzo alfa em quartzo beta aos quinhentos e setenta e três graus centígrados, tem a decomposição dos carbonatos lá pelos oitocentos e vinte graus centígrados, quase só isso. Ainda no começo da queima tem que ir devagar para que não forme casca, o que faria a peça estourar pela dificuldade da umidade atravessar a peça. São problemas que um bom controlador de forno resolve, com uma curva de funcionamento adequada.
Um forno cerâmico é uma carcaça isolada que permite aprisionar o calor, possui resistências elétricas e um controlador para acionar as resistências. Só isso!
Conclusão, mandei trocar as resistências dos meus dois fornos, gastei quatrocentos pilas. Comprei um controlador digital de última geração com quarenta e picos patamares, com sete programações diferentes que podem ser lincadas, com contatores e quejandos = custou-me mais mil e duzentas merrecas. Coloquei este controlador entre os dois fornos e uso um ou outro com o mesmo controlador, também posso usar ao mesmo tempo (mas preciso adaptar mais um mecanismo para isso, mais duzentos). Ou seja, por mil e seiscentos fiquei com meus dois fornos, um de baixa e outro de alta, até 1250, funcionando perfeitamente.
O que é preciso para isso???????
1o.= conhecer um eletricista honesto que faça o enrolamento das resistências.
2o = conhecer um técnico em eletrônica honesto para que monte o painel com o controlador.
3o = conhecer um programador dos controladores honesto que te explique como programar o equipamento, que é moleza!
Depois , nada mais! Simples, somente é preciso conhecer os profissionais honestos e a gente pode recuperar qualquer forno, baratinho, sem precisar gastar mais em equipamentos novos.
Bem, encontrei estes profissionais e estou satisfeito!
Um forno cerâmico é uma carcaça isolada que permite aprisionar o calor, possui resistências elétricas e um controlador para acionar as resistências. Só isso!
Conclusão, mandei trocar as resistências dos meus dois fornos, gastei quatrocentos pilas. Comprei um controlador digital de última geração com quarenta e picos patamares, com sete programações diferentes que podem ser lincadas, com contatores e quejandos = custou-me mais mil e duzentas merrecas. Coloquei este controlador entre os dois fornos e uso um ou outro com o mesmo controlador, também posso usar ao mesmo tempo (mas preciso adaptar mais um mecanismo para isso, mais duzentos). Ou seja, por mil e seiscentos fiquei com meus dois fornos, um de baixa e outro de alta, até 1250, funcionando perfeitamente.
O que é preciso para isso???????
1o.= conhecer um eletricista honesto que faça o enrolamento das resistências.
2o = conhecer um técnico em eletrônica honesto para que monte o painel com o controlador.
3o = conhecer um programador dos controladores honesto que te explique como programar o equipamento, que é moleza!
Depois , nada mais! Simples, somente é preciso conhecer os profissionais honestos e a gente pode recuperar qualquer forno, baratinho, sem precisar gastar mais em equipamentos novos.
Bem, encontrei estes profissionais e estou satisfeito!
terça-feira, 1 de novembro de 2011
GRUPO MASSA - 4o.ENCONTRO
Completamos dois meses de atividades. O objetivo foi modificar um pouco a massa de grês e adicionar uma carga decorativa Esta carga pode ser visual ou táctil, pois é o corpo da peça a ser confeccionada.Este encontro estava fora do programa que previa confecção de massa com adição de carga para as calendas do próximo ano. Todavia, foi sugerido pelos alunos e fui em frente. Costumo usar de 10 a 15% de carga na massa . Com 20 % a carga começa a tomar conta de quase toda a massa. Usa-se, às vezes, até 30% de chamote para peças que vão ao fogo, para dar resistência ao choque térmico.É comum. Acho um efeito interessante adicionar carga até que a massa rache, isso já é um efeito. Eu mesmo estou sempre à busca do rústico, quase fugindo do bem feitinho.Não que eu não goste do bem feitinho, mas minha procura, neste momento é por massas imitando rochas vulcânicas e vidrados de rochas e cinzas,solo, pedra, mais argilas de colorações diversas.
Bem, durante nosso encontro caiu um toró considerável, com algumas goteiras promovidas pelas folhas que caem constantemente sobre o telhado, porque meu ateliê está cercado de plantas. Trabalhar com chuva acho agradável, dá uma sensação de conforto estar protegido, acho que Hesíodo já disse isso há dois mil e oitocentos anos.....mas sobre olhar um barco no meio da tempestadade e estar protegido, imagem humana própria, talvez própria da vida animal....estar ao abrigo das intempéries.
O melhor trabalho que vi sobre adição de cargas na massa foi o apresentado pela Delma Godoy há uns 8, 10 anos no Congresso de Cerâmica de Curitiba. Com corpos de prova, teste de resistência, tabelas, quadros, etc. Era um trabalho sistemático. Somente quem faz experiências ou segue um curso regular para poder organizar-se dessa forma. Era trabalho desenvolvido no Rio de Janeiro. Todavia, é o melhor para pesquisar e procurar a expressão própria. Ir atrás de todos os materias disponíveis, experimentando, anotando os resultados.
Normalmente as cargas usadas são a vermiculita, serragem, grãos de arroz (vindo do uso na porcelana), rochas diversas (malaquita, pirita, mica, xistos, etc), limalhas (ferro, alumínio, cobre, latão), tipos diferentes de argilas pré-queimadas, chamotes grosso, fino, médio de vários materiais, etc.
Nas fotos as massas aparecem já embaladas, 5 kgs per capita e uma foto de massa recem marombada, quando foi misturado o material seco com o úmido. Somente depois de 3 passadas na maromba a massa fica pronta. Trata-se, evidentemente de massa preparada no mesmo dia com material in natura e alguns processados, malha 200.
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