terça-feira, 2 de agosto de 2011

MASSAS E ARQUEOLOGIA





Passei o mes de julho estudando formulações e testando massas para uso culinário. Massas de alta temperatura, ou seja , acima de 1200 graus centígrados. Grês. Ainda não terminei. Depois de preparar várias formulações com os materiais disponíveis, estou testando no fogão e forno. Massas de baixa temperatura, as panelas e formas para assar, são mais simples e arqueologicamente falando, são bem conhecidas. São usadas há milênios. Nas formulações de nossos antepassados indígenas os antiplásticos mais conhecidos ainda são muito usados. Por exemplo, o cariapé, que vem a ser a casca de uma árvore com alto conteúdo de sílica. Era usado na forma de cinzas e, também, como carvão moído. A diferença entre os dois está no fato de que as cinzas são compostas de óxidos ( de sódio, potássio, magnésio, ferro, silício, principalmente) e o carvão possui alto teor de matéria orgânica. Este último, após queimar, a peça cerâmica ficará com espaços vazios, dando porosidade à peça. Esta porosidade ajuda na resistência ao choque térmico. A areia grossa também foi muito usada na cerâmica arqueológica, assim como pedaços de cerâmica já queimada, moídos e peneirados. Basicamente são estes três os antiplásticos da cerâmica arqueológica e que ainda podemos dispor de forma fácil.
Já na cerâmica de alta temperatura fica diferente e precisamos pesquisar outros materiais, é isso que estou fazendo e, ainda pesquisando os fornecedores das matéria primas que posso usar.
Neste mês de julho pude participar, durante um dia, de uma equipe da Universidade Federal do Paraná que foi fazer escavação num sambaqui na Baía de Antonina, no Paraná. A belíssima baía de Paranaguá, da qual faz parte a baía de Antonina, é um dos lugares mais bonitos do Paraná. Neste nosso Estado temos as Cataratas do Iguaçu, Vila Velha, Canion do Guartelá (não vamos esquecer nunca de que as Sete Quedas foram inundadas e continua sendo uma beleza inigualável na nossa memória). A Baía de Paranaguá é outra beleza natural, mega espetáculo, gigantesca. O Sambaqui está situado, como quase todo sambaqui, num local de grande beleza cênica. Esta atividade de escavação durou quinze dias e foram encontrados vários artefatos, cacos de cerâmica e, inclusive, esqueletos. O que aconteceu, realmente, metodologia, etc.etc.será publicado pela Universidade Federal do Paraná, acredito, oportunamente.

2 comentários:

GUILLEMETTE disse...

oi Gilberto, mon ami,
je vois que tu es toujours très pris par l'archéologie et la céramique! c'est bien.
tes photos d'eau sont très belles et m'inspirent pour la peinture.
Ou en est le projet "Béatriz"? il avance? les travaux ont commençé?
grande abraço de Guill

. disse...

Merci, Guill!
Le projet Beatriz avance et moi aussi avec tout, céramique, archeologie et ma vie.
Um abraço e saudades,
Gilberto.