quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

TECNICATURA CERÁMICA - MÓDULO 3


Demorei praticamente o ano inteiro de 2010 para conseguir completar este módulo que era complexo e exigia demasiado.
- Hornos Cerámicos
- Engobes
- Arqueologia Indígena Argentina
Estes três ítens são extensos. Compreender como funcionam os fornos, calcular potências de maçaricos, aberturas de entradas e saídas dos fornos, formatos eficientes, etc. não se aprende de uma hora prá outra. É necessário dedicar-se, estudar, construir fornos, inclusive, para poder sentir a diferença dos modelos. Por exemplo: fornos redondos, quadrados, retangulares, em arco romano, em arco catenário, que são os principais. Fornos para alta temperatura, para baixa temperatura, raku, etc. O Maestro é radicalmente contra o uso de fibras cerâmicas em fornos devido à grande toxicidade dela. As fibras que são constituídas de agulhas de vidros (argila expandida) ao serem respiradas cravam-se nos nossos pulmões e a consequência é um câncer a longo prazo. Quem já trabalhou com fibras sabe que, se não se usar máscara, boné, roupa tapando todo o corpo, luva e óculos, acaba tendo uma tossezinha esquisita, sinal evidente de que se respirou aquele material.
Mostra, el Maestro, como preparar fornos simples, de fácil confecção, com materiais naturais e de grande eficiência e economia.
A Instituto apresenta método próprio para preparar engobes, usando 30 % de uma base alcalina. Nas práticas usaram-se os óxidos mais comuns, de cobre, cobalto, manganês e, também, argilas. Juntei a cerâmica arqueológica com os engobes, que foram muito usados pelos indígenas tanto brasileiros quanto pelos argentinos. Os indígenas argentinos usavam o salitre do chiule para vitrificar os engobes, que é o nitrato de sódio. Sempre existiu essa mistura de culturas, tanto a Marajoara, Santarém, Maracá, com as do sul, mais ainda com as argentinas que tem registro histórico datado desde 600 AC. A argentina descende de cerâmica que começa na costa do Pacífico, sobe os Andes e depois se espalha pela pampa, tendo seus focos de origem registrados como sendo os mais antigos do Peru e do Equador. Claro, durante os milênios os contactos e as influencias com as culturas amazônicas e do sul, guaranis, foram constantes.Sempre houve essa troca.
Há anos que venho aprendendo a trabalhar com o torno. Agora aproveitei para tornear peças com inspiração arqueológica, vejam o resultado. O vaso maior é de uma figura com desenho arqueológico argentino, onde o shamanismo era muito forte. Os animais de nossa américa eram constantes nos desenhos arqueológicos, como o jaguar, o louro, o sapo, a serpente, etc. e não é raro encontramos desenhos destes animais na cerâmica popular de nossas americas, principalmente a central e a do sul.
O objetivo disso tudo é aprender para poder trabalhar com tranquilidade, porque o que eu quero mesmo é poder me divertir fazendo cerâmica e também ganhar um dinheirinho que ninguém é de ferro, mas se o fôssemos, uma raspadinha na nossa casca daria para colorir uma base alcalina (rá,rá,rá!).

2 comentários:

Nadia Saad disse...

É uma delícia ler sua matéria.
Parabéns! Gostaria de ver mais.

glaucia disse...

tu és uma figura!