domingo, 14 de novembro de 2010

VIDRADOS TRADICIONAIS - CELADÓN





Sempre gostei da cor Agua Marinha, desde verde cor de água, por extensão, os demais verdes, da natureza, essa infinita variedade de tons realçados principalmente na primavera. Os verdes Celadón , da cerâmica, atraem-me sobremaneira.
Tenho tentado sempre compor vidrados Celadón que exige algo mais do que comprar um vidrado pronto e queimar. Ultimamente tenho conseguido alguns verdes que me deixaram satisfeito. O verde azeitona, mais, ainda ,


um verde mais claro. Tons diferentes de verde celadón. Ainda estou pesquisando, mas o caminho está feito.
Estou trabalhando com algumas formulações encontradas na literatura e, também, pesquisando alguma variação em função do comportamento das matérias-primas. Por exemplo, achei fantástico transformar uma argila de coloração vermelha, que contem de 5 a 8% de óxido de ferro (pode ter mais ou menos, mas não muito longe disso) num vidrado de cor verde. Ou seja, fazer um celadon a partir de uma argila natural, encontrada num barranco que nos chamou a a tenção pela sua coloração. O Celadón exige uma redução na queima e tem de ser de alta temperatura.
Testei alguns Celadóns, o resultado está melhorando. Vejam, por exemplo, a peça com o celadón onde aparece uma figura feminina encostada. É um verde Oliva, um dos verdes Celadón conhecidos na literatura. Este verde foi obtido com argila de barranco, vermelha, na proporção de 5% na formulação. Esta argila, para ser usada, precisa moída muito bem em almofariz, durante uns 15 minutos e depois passar em peneira malha 100. Bem, esta formulação foi a seguinte:
46% - feldespato de sódio,
18% carbonato de cálcio,
18 % dolomita,
10% caulim,
10% quartzo e
5% de argila vermelha.
Esta formulação foi muito moída em almofariz, passado em malha 100, e preparado com CMC e água.
A queima de Celadón tem que ser feita em redução, para que a coloração verde apareça. A temperatura de queima foi 1263 oC, num ciclo de 5 horas. Cada peça das acima vendo por R$ 350,00.
Nas bordas das peças das duas figuras passei um engobe de argila vermelha, juntamente com 30% de base alcalina, mais um pouco, à olho, de pó de basalto. O resultado fica meio vitrificado, devido à alta temperatura. Para ficar fosco, poder-se-ia baixar o percentual debase alcalina para 10, ou até menos. Quando se baixa demais o percentual de base alcalina, que é o fundente, precisa-se aumentar o teor de feldspato de sódio, ou passar o engobe quando a peça ainda estiver úmida, às vezes no mesmo dia em que foiu modelada, ou no outro9 dia. Em todos os casos, para o engobe grudar precisa ser passado quando a peça estiver úmida, ou, então, um opouco de base alcalina.
As figuras estão na cor natural dos grês que eu preparo aqui no meu ateliê, usando, também, um pouco de argila vermelha plástica..
Sempre tenho necessidade de modelar figurativos, aproveitando os anos que fui gastando para aprender a modelar. Também, sempre relembrando o curso que fiz com o Israel Kislansky, de São Paulo,com modelo vivo, que apesar de curto, foi cheio de informações de técnicas de modelagem da figura humana.Em Curitiba não se conseguiu quorum para que o Israel continuasse vindo aqui, nos finais de semana, dar aula, lamentavelmente.

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