domingo, 27 de março de 2011

ENCONTRO INTERNACIONAL DE CERAMISTAS Sampa-1







De 22 a 25 deste mês aconteceu em São Paulo o Encontro Internacional de Ceramistas. A oportunidade, na USP, de participar de um encontro desta natureza foi diferente dos que tem acontecido aqui no Brasil. Normalmente são professores de cerâmica ou profissionais de cerâmica que vêm dar uma oficina ou ensinar uma técnica. Claro que o Contaf e o Congresso de Cerâmica de Curitiba são bons. Curitiba tem a vantagem de, paralelamente, promover o Salão Nacional de Cerâmica, o único do gênero no Brasil. Isso permite um algo mais. Em São Paulo temos sempre a pujança financeira da cidade, que tem de tudo, o coração da América do Sul. Caminhar na Paulista já é um acontecimento, não precisa mais nada, ela já é por si só. Gosto disso!
Voltando, presenciar ceramistas renomados executando sua obra é diferente. Permite uma observação mais completa. Por exemplo, a performance do Chinês Jiancheng ( Jackson) Lee na confecção de pincéis e o imprompto na decoração de peças com engobe, logo após serem torneadas por ele mesmo, mostra algo que atinge de forma direta àqueles que se sentem atraídos por esse tipo de trabalho. Eu, por exemplo. Gosto do movimento, de ter meus materiais todos à disposição e ir decidindo, ir fazendo. Seguir quase uma receita improvisada. Jackson Lee (Brush Lee) confeccionou uma porção de pincéis usando como matéria prima gomos de bambus, folhas de coqueiros, pedaços de cachos de coqueiros e foi improvisando e fazendo. Mas quando terminado e mergulhado num engobe, que foi o que ele usou, ou algum óxido (os usados foram de cobre, cobalto e ferro) transformou-se sobre a peça num instrumento maravilhoso e o resultado foi espetacular. Técnica, leveza de movimento, tradição, rapidez, resultado! Pudemos também apreciar a técnica de torneado, rápido, com o acabamento do fundo dos bowls tão característico da cerâmica oriental. A tradição de pintura com pincéis de bambu é desconhecido aqui prá nós que temos a matéria prima em abundância, porém, sem uso. O que acontece, na prática, é cada um entrar numa loja e comprar todo aquele leque de pincéis, a preços realmente altos. Estou martelando alguns bambus para ver se chego a algum resultado, mas, com certeza, chegarei.

2 comentários:

Acácia Azevedo Studio Pottery disse...

Rs*** Adorei o texto, as fotos estão ótimas, e melhor ainda foi ter a oportunidade de te conhecer! A.

. disse...

Bacana. Foi bom te conhecer também. Eu admiro muito a forma como estás reunindo os Ceramistas Brasileiros no ceramicacontemporaneabrasileira.blogspot.com
Um abraço do
Gilberto.