domingo, 5 de abril de 2009

V IVÊNCIA PORANGABA - RAKU



No dia 21 de março, jutamente com a Ceramista curitibana Ocléris Muzzilo, fiz uma Vivência cerâmica no meu ateliê. Estas Vivências para pequenos grupos, de 10 a 13 pessoas tem uma rapidez e fluência muito interessante. Esta Vivência foi planejada para um grupo de mulheres esposas de franceses que vem ao Brasil para trabalhar nas fábricas de automóveis. Como, por legislação, não podem trabalhar no nosso país, muitas dedicam-se a desenvolver seus dotes artísticos. O Joaquim, ceramista português, que estava construindo o forno catenário aproveitou para participar, bem como a Alexandra Camillo, de Campo Grande que participara também da construção do forno citado.
A Vivência de Raku tem uma particularidades especiais. Este tipo de queima de cerâmica é muito rápida e apresenta resultados lidos imediatamente. Por isso os participantes, em 3 queimas, podem vivenciar esta técnica e ainda levar seus resultados para casa. As peças, 3 para cada participante, são pintadas e durante o dia completamos 3 queimas. Na sequencia das queimas há, sempre, uma evolução evidente e o resultado é recebido com muita satisfação.
Preparo nestas vivências quase sempre vidrados não tóxicos, eliminando os de chumbo e os vermelhos, laranjas e amarelos de cádmio e selênio evito ao máximo, apesar da atração destas cores para todos. Como é um dia apenas de Vivência, começa às 9 da manhã e termina às 17 horas, e os participantes quase sempre não tem experiência anterior e por isso o uso dos vidrados tóxicos ( Pb, Se, Cd) não é visto com muito cuidado e é necessário estar junto para que não fiquem espalhados pelo ateliê = mesa e chão. Todo ceramista deve sempre ter muita atenção para estes vidrados porque, ao longo do tempo se luvas, máscaras, bonés e toda proteção não for seguida à risca, a intoxicação por metais pesados fatalmente afetará o desavisado.
A queima de Raku permite uma ação rápida que é ótimo porque todos ficam intensamente atraídos pela experiência. Além disso, aproveitando o fato de ser uma Vivência e por isso entende-se uma interação entre os participantes, o espaço do ateliê, o espaço físico onde acontece a Vivência, no caso a chácara onde moro, tudo transcorre de forma muito agradável. Enquanto o forno esá ligado para chegar na temperatura de 980oC, aproveita-se para dar uma caminhada pela chácara, que tem 50% de área de preservação, um córrego e cachoeira, portanto, ainda natureza. Aproveito sempre, nestas Vivências., para deixar evidente meu comprometimento com o meio ambiente, na preservação, cuidado e respeito pela Natureza e neste sentido, além das palavras, ainda coloco à disposição dos interessados mudas de flores, frutíferas, ervas medicinais que tenho e sempre espalho pelo nosso planeta. Quero dizer também que sempre ganho muitas flores, frutíferas e ervas, nos locais onde dou curso ou visito. Esta troca é fundamental para criar um patrimônio genético que pode ser usufruído por todo mundo, Principalmente porque o mundo inteiro está preocupado com taxas de crescimento e o Meio Ambiente e a Natureza estão indo prás cucuias, sem o menor escrúpulo.

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