sábado, 13 de junho de 2009

CERAMICA E MEIO AMBIENTE






Neste final do mês de maio e começo de junho, com 3 dias seguidos de geada e a temperatura chegando a menos 4 graus negativos, voltamos a sentir um pouco de frio.
Friozinho passageiro, porque aqui no paralelo 25, hemisfério sul, já foram comuns geadas sucessivas e semanas de frio de congelar a ponta do nariz.
As plantas frutíferas e flores, principalmente, oriundas de regiões mais quentes ficam queimadas pela geada, necessitando proteção do tipo telhado para que não sucumbam. Mas isso é normal e eu deixo que a maioria das plantas que possuo fiquem à mercê do clima. Sempre acho interessante ver a luta travada pela natureza contra as intempéries, que também é a natureza. Quero observar tudo, sentir a natureza, não me importo em ficar com o jardim apresentando aquele aspecto típico de plantas queimadas. Faz parte! Além disso, tem a beleza típica de uma manhã fria, com a geada cobrindo o solo, nas copas das árvores e nos telhados. O sol reafirma seu valor e é suficiente sentarmo-nos em qualquer lugar para que ele nos aqueça. O doce prazer de ficar madornando ao sol. Não quero ficar enfatizando as vissicitudes humanas e enaltecendo as qualidades naturais, feito Thoreau em Walden, mas um pouquinho deixarei registrado. A corrida desbragada do ser humano em busca de suas necessidades básicas de sobrevivência tem deixado todos, quase sem excessão, com o olhar cego para a Natureza. Assim, baseado nesta linha de reflexão que resolvi fixar com mais vagar o meu redor.
Vejam, por exemplo, a beleza que está acontecendo nestes dias com as frutas do caquizeiro que está ao lado da minha casa e que posso contemplá-lo da varanda envidraçada. Como posso deixar passar em branco isso? Quanto não viajaria para contemplar esse momento? O caquizeiro perdeu suas folhas e está lotado de caquis maduros e em estágio final de amadurecimento. O caquizeiro permanece o dia inteiro cheio de aves que vem em busca de alimentação nesta época de poucas frutas nas matas nativas. Considere, também, que o desmatamento tem deixado pouca alimentação de árvores nativas para os animais. Então, uma árvore lotada de caquis e à disposição é um prato cheio. A variedade de aves que aqui aparecem é razoável. Moradores das cercanias contam exageradamente sobre as quantidades e variedades que existia antigamente, "de vergar os galhos de tantos passarinhos". Aproveitei e cliquei com uma nikkon D40X, tele 200 mm, as aves que foram aparecendo e publico algumas para compartilhar com vocês. São baitacas (psitacídeos), sanhaços, saíras, beija-flores, sabiás de todos os naipes (laranjeira, preto, coleira e peito branco), mariquita (uma ave do tamanho de uma corruíra, ou seja, pequena = quem não conhece corruíra?), trinca ferro, até o bem-te-vi, conhecido insetívoro, vem fazer uma boquinha aqui no caquizeiro, pica-pau (também este que tem outra fama alimentar), tico-tico, canarinhos, sete cores, alguns desconhecidos que estou precisando consultar livro de ornitologia para saber seus nomes.
Também foi com surpresa que vi aparecer perto da minha casa, fugido do mato pelas detonações das pedreiras de granito das redondezas, que chamou atenção pelo barulho desesperado que fazia. Era um bugio. Lindo, forte, saudável, mas, notem pela cara que o sentimento que expressa é de tristeza e também de desânimo. Ele está num galho de araucária e ao fundo aparecem os galhos de Pinus iliottis (idiotis), Só esta cena parece justificar a tristeza do bugio, pouca araucária e muito pinus. Aliás, vem bem a tempo a Campanha que está sendo desenvolvida para "NÃO DEIXAR CHEGAR NO ZERO" as nossas matas nativas de Araucária angustifolia. As florestas de araucária que cobriam o Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul estão dizimadas. Aqui no Paraná existe ainda remanescente de matas de araucárias nativas 0,7% (sim, zero vírgula sete porcento). Isso é zero mesmo e ainda querem modificar as leis de mata ciliar e derrubarem o que resta. Por isso a campanha é já na beira da cova e precisamos prestar atenção no nosso Planeta, que o seu prazo está findando.
Assim, pensando na Vida, na Natureza, como algo maior , acima da nossa vidinha diária de sobrevivência foi que dei um tempinho na cerâmica para OLHAR AO MEU REDOR, ficar estarrecido com a beleza natural, e tentar ajudar em alguma coisa pelo nosso Planeta.

2 comentários:

Ateliê Alexandra Camillo disse...

Realmente teu refúgio é belissimo e o interesse dos moradores desta região em preservar o pouco que resta da mata nativa já é percebido por quem visita a região há algum tempo. Só falta a colaboração de mais pessoas, inclusive autoridades. Somos natureza, se não a respeitarmos, ela também não vai poder nos respeitar. Alexandra Camillo.

. disse...

Se vacilarmos, será tarde e nada deixaremos para nossos netos...
Precisamos agir rapidamente. Ação!